sábado, 30 de agosto de 2008

Quer apostar?

O mundo do esporte vive um intricado romance com o mundo das apostas. E o futebol brasileiro não está muito distante de tudo isso. Um jornalista canadense chamado Declan Hill fez algumas investigações e escreveu um livro, ainda inédito, sobre o caso. Segundo ele, a partida entre Brasil e Gana, na Copa de 2006, sofreu influências dos apostadores para a definição do placar.

Na Bundesliga, Hill constata manipulações em duas partidas, na temporada 2004/2005. Nesta temporada, o imponderável time do ex-gremista Carlos Eduardo, o Hoffenheim, liderou até o fim da rodada passada, depois de ter subido da série B alemã, onde o mais imponderável ainda time da Carl Zeiss Jena (aquele mesmo da marca das lentes vario tessar) foi rebaixado.

No Brasil, o Grêmio, um time carente de estrelas, lidera desde a 14ª rodada. Você acha que tem algo de estranho nisso? Quer apostar?

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Gre-Nal #372

Hoje, como disse Tite: “Meio RS vai dormir feliz e meio RS vai dormir triste”.
Até agora, só especulações: Nilmar tá fora, Nilma tá dentro. Alex tá fora, Alex tá dentro. O Grêmio vai com reservas, mas talvez use titulares. O Inter isso, o Grêmio aquilo...

É fato que o Inter, com apenas 30 pontos, é o 9º no Brasileirão. E tem um abismo à frente, pois o 8º já soma 36 pontos. Diferença maior que a do Palmeiras (2º) para o Grêmio (1º). E o Inter, como no ano passado, tem um plantel de estrelas. Sem dúvidas, o melhor do Brasil, depois das chegadas dos novos reforços: fortalecimento para 2009, ano do centenário colorado. O plano é se classificar para a Libertadores e ser novamente campeão. Então, por que o Inter ocupa uma vaga no meio da tabela?

Porque só mesmo os colorados para entregar um baita plantel desses nas mãos de um gremista. E Tite está fazendo bem o seu trabalho: mantendo o sonho do Inter aceso sem levantar suspeitas. No fim das contas, nem Libertadore, nem Brasileiro, nem nada. Agora, se precisar ganhar hoje do Tricolor para não gerar desconfianças, que ganhe. O importante é não perdermos as rédeas do inimigo, conduzindo-os para o precipício devagarzinho, como um sapo que, em uma panela cheia de água, sente a panela aquecer as pouquinhos mas, na esperança de tudo esfriar, não pula para fora e espera que dias melhores venham, sem perceber que a água já ficou quente demais e que tudo foi cozido.

E, só para não passar em branco...

Gre-Nal #371
O saldo foi mais uma vez Sorondo machucado!
É, Sorondo, só rindo...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Sobre futebol e outras coisas mais

E quando a gente se conforma de que somos um povo que fraqueja no momento final, recebemos um tapa na cara. O cavalo refuga na hora decisiva, a perna treme no instante final, a boca seca mais do que devia, quando não devia. O golpe vira contra-golpe. E a gente se entorpece antes do tempo.

Não é falta de vontade. Muito pelo contrário.

Então, a conquista escapa e, pior, a constatação é sempre a mesma, no fim: não tínhamos, não temos jamais adversários. Nossos limites nos estão dentro. Individual e coletivamente.

E aí, depois a gente esquece tudo isso com o tempo. Porque somos o país do improviso, do faz de qualquer jeito que no final pode dar certo. E, principalmente, porque estamos acima da média para essas coisas. E temos os nossos talentos individuais.

Até que acontece de novo, com novos ou antigos personagens.

Mas, valeu, valeu muito esse tapa. Enquanto houver uma Marta no mundo, ou um Vanderlei Cordeiro da vida, renovaremos nossos ares. Há muitos outros que também vão lá e dizem: “Sem alma, não se vive. Sem alma, não dá”.

E no final a gente diz: “Quem se importa com medalha?”.

Só o esporte mesmo para proporcionar tudo isso.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Siga em tempo real

BRASIL 0 x 3 ARGENTINA


Primeiro tempo

1 min - Inicia-se a partida.

5 min - Ronaldinho, como sempre, na seleção, balança o cabelo, empina a bunda e toca de lado.

10 min - Após chute perigoso, Messi, de maneira inétida, quase mexeu um músculo facial.

13 min - Ronaldinho se preocupa com as costas, constantemente atacadas pelo Garay.

27 min - A bola passa perigosamente perto de Diego, com sorte, ele não toca na bola.

35 min - ZZZZZZZZZZZZZ

40 min - Ronc, fiuuuuuu... Ronc, fiuuuu...

45 min - Termina o primeiro tempo.


Segundo tempo

4 min - Depois de sofrer uma falta mais dura, Gago inicia uma reclamação.

7 min - Gol da Argentina, Aguero.

12 min - Idem, Idem.

20 min - Dunga pergunta à Jorginho o placar do jogo.

25 min - Gago consegue finalizar sua reclamação iniciada a alguns minutos atrás.

30 min - Ibidem, Riquelme.

36 min - Dá pena de Pato, cisca, cisca, cisca e...

40 min - ... Alexandre parece conformado em ser um Pato de Bronze.

43 min - Jorginho tenta convencer Dunga de que Lucas e Thiago Neves foram expulsos e que não adianta mais dar orientações ao dois para marcarem Mascherano.

45 min - Encerrada a partida.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A terrível inconstância do batimento cardíaco de um torcedor que não queria ver tantos gols

Mais do que a confirmação da boa campanha do Grêmio, ou a ascensão do Botafogo, ou a derrocata do Flamengo, ou o feijão-com-arroz do Cruzeiro, fico impressionado mesmo é com o Vasco. Sim, ele mesmo. Tem alguma coisa de imponderável neste Vasco, algo insólito que desperta e adormece constantemente. É difícil ver um time aplicar e sofrer tantas goleadas em tão curto tempo.

Fico imaginando aquele torcedor vascaíno afoito: "Hoje é surra!!! Surra!!!", enquanto melancolicamente o outro diz baixinho, com a cabeça baixa, olhando para a cruz vermelha: "De quem, não se sabe...". O Vasco ganhou de 4 X 0 do Sport, 6 x 1 do Atlético mineiro e 4 x 0 no Internacional. E perdeu de 5 X 0 para o Vitória, 4 x 0 para o São Paulo, 5 x 2 para o Santos.

O Vasco é como aquele adolescente problemático que consome tudo de uma festa em alto êxtase e depois degringola pela depressão de quem está sem rumo na vida. Não, não, melhor pensando, o Vasco é como aqueles filmes de ação em que a ponte vai caindo e o personagem sai correndo sobre as tábuas já flutuantes. Ou talvez, no fundo, o Vasco é uma embarcação que vai afundando, afundando onde, aqui, acolá, alguns jogadores pegam no balde e jogam a água para fora. Essas comparações...
A primeira rodada do returno foi dos mandantes e dos estreantes. Mário Sérgio passou como um furacão por cima do Ipatinga em seu retorno ao CAP, enquanto Cuca, reintegrando Dodô, conquistou uma magra vitória sobre o Galo no Maracanã. Na atual situação, vitória magra, mesmo que contra um adversário fraco, é goleada pro Fluminense.

Tita não estreava no Vasco. Em seu primeiro jogo veio logo derrota por goleada no Barradão. A desconfiança foi tão grande que no jogo seguinte menos de mil pessoas foram a São Januário ver a vitória vascaína contra o Palmeiras, pela Sulamericana - e mesmo assim parte deles foram mais pra protestar.

É um dos menores públicos que já vi de um clube grande como o Vasco. Pra comparar, na comunidade do Botafogo houve várias reclamações porque só 10 mil pessoas foram ao Engenhão ver o Fogão ganhar novamente do Atlético Mineiro.

Cadê a motivação trazida pela saída de Eurico? Talvez a segunda vitória consecutiva, contra um adversário de respeito, traga ao vascaíno a esperança de que o clube pode ao menos evitar a tragédia-mor do rebaixamento, no ano do renascimento.

Já Tite também está prestes a estrear, mas no seguro-desemprego.

Mês de cães danados

Agosto, o mês de cães danados. Costuma ser implacável com os cavalos paraguaios e demais times sazonais.

O São Paulo perdeu para o Grêmio, no Sul. Nada de anormal. Mas a imprensa nacional já diz que o time paulista foi “eliminado” da disputa pelo título. Quer dizer que do São Paulo pra baixo ninguém tem mais chances de disputar o título?

Não dá pra fazer muitas previsões sem chover no molhado agora. A surpresa fica por conta do Botafogo no G-4. Mas duvido que o time consiga se manter ali até o final.


Caminhão de Japonês


No início do Campeonato Brasileiro, para argumentar que o Grêmio estava no páreo pelo título do torneio mesmo depois de ser desclassificado na Copa do Brasil e no Gauchão, o presidente do Tricolor Gaúcho afirmou que cada um dos times era um caminhão de japonês. Mas ele ainda não sabia que os japoneses gaúchos são mais japoneses que os outros.

domingo, 10 de agosto de 2008

Dá-lhe, Grêmio!

Absolutamente líder, o Tricolor Gaúcho massacrou o Galo em pleno Mineirão e, de quebra, arrebatou o título simbólico do primeiro turno. Láurea que é tão importante quanto a Taça Guanabara. Não vale bulhufas!

Mas não se pode contestar a solidez da máquina tricolor gaúcha: melhor rendimento do primeiro turno de todos os tempos em pontos corridos, melhor defesa, melhor ataque... Tenha medo! Soma-se a isso conquista da taça Belo Horizonte de Futebol Júnior, há cerca de uma semana, dessa vez em cima do Cruzeiro, na capital mineira. Em outras palavras, o Grêmio ainda tem cartas na manga no time de juniores que podem ser usadas, como Douglas Costa e Paraíba, autores dos gols no jogo final que deu o título ao Tricolor do Sul.

O fato é que deu tudo certo para o Grêmio nesse primeiro turno: contratações, erros de arbitragens, não houve lesões no time, desfalques nos adversários... Parece mesmo que o Tricolor dos Pampas foi abençoado pelos deuses.

Resta saber até quando.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Fim da 17ª rodada

E o Grêmio ainda é líder, com 35 pontos.

Em 2007, foi a rodada de desbancar o cavalo paraguaio: o São Paulo passou o Botafogo. Diz a lenda que, em campeonatos de pontos corridos, quem consegue virar o turno em primeiro, não é mais alcançado. Mas nesse ano isso pode mudar. O Grêmio vai disputar a Sul-Americana, e isso vai desgastar a equipe. São Paulo, Cruzeiro e Flamengo, que lutam pela ponta, não dividirão as atenções.

Mas, a grande surpresa fica ainda a cargo da “brincadeira” do Fluminense. A duas rodadas do fim do primeiro turno e ainda na zona de rebaixamento. Começo a não acreditar mais no santo do tricolor carioca.

sábado, 2 de agosto de 2008

O que é que os gaúchos têm?

O esquema do Grêmio (3-5-2) permite que os alas e os volantes se soltem muito. E como os volantes gremistas (Willian Magrão e Rafael Carioca) quase sempre sobem livre de marcação e de cara para o gol, as investidas gremistas são sempre perigosas. Até por que os volantes são muito habilidosos. Assim como os alas.

A diferença do Grêmio é essa: há muitos garotos da base jogando muito bem. A zaga, com Léo e Willian Thiego; as alas, com Anderson Pico, Hélder e Felipe Mattione; e a meia-cancha, com Willian Magrão e Rafael Carioca. Tudo mérito de Rodrigo Caetano, gerente de futebol do Imortal, que bateu o olho nos guris e sacou que vingaria.

O próximo jogo do Grêmio será contra o Vitória, de Vagner Mancini, que foi técnico do Tricolor no início do ano e foi dispensado sem perder um jogo sequer. A razão da dispensa de Mancini foi justamente não acreditar nas categorias de base. Ele devolveu Rafael Carioca para os juniores e quis emprestar Felipe Mattione para outro time. O tempo mostra que Mancici estava errado. Mas, mesmo assim, ele terá a chance de mostrar o que é que os baianos têm.