terça-feira, 15 de abril de 2008

Republico aqui um texto que escrevi no outro blog por ocasião dos 40 anos de Roma Rio, e que demonstra toda a minha simpatia pelo mais bem-sucedido jogador de futevôlei de todos os tempos.


A imprensa esportiva, que sempre foi condescendente com Romário, está ainda mais derretida agora, pela passagem do seu aniversário de 40 anos, comemorado no último dia 29. Onde você ligar a TV, seja noticiário ou mesa-redonda, a rasgação de seda reina absoluta. Agora me deixem falar.
O atacante vascaíno está a caminho dos 1000 gols - isso pelas contas do próprio Romário, fato que os jornalistas nem sempre esclarecem. Ok, a quantidade de gols que ele marcou, de um jeito ou de outro, impressiona. Mas é bom fazer uma devassa na carreira dele pra contextualizar esse fenômeno.
1. Romário jogou a maior parte da carreira no Flamengo, no Fluminense e no Vasco, clubes que costumam enfrentar adversários ridículos pelo campeonato carioca e até pela Copa do Brasil. Queria ver se ele jogasse mais tempo na Europa ou mesmo no futebol paulista pra ver se ele faria tantos gols.
2. Esses times sempre jogaram em função de Romário. Isso significa que as coisas têm que ser do jeito que ele quer, que ele escolhe os parceiros ideais pra lhe passar bolas etc. Romário não é burro, ele sempre quis jogar em clubes em que podia mandar e desmandar.
3. Romário cobra pênaltis, o que aumenta bastante a quantidade de gols.
4. Romário joga profissionalmente há pelo menos 21 anos.
Calma, é claro que eu reconheço o que ele fez. Foi importantíssimo na conquista de 94 - daí a "ganhar sozinho a Copa" é um exagero e uma injustiça com Bebeto, Dunga, Taffarel, Branco...; foi e é um finalizador frio e competente, fez belas temporadas na Holanda e na Espanha etc. Mas o mito Romário é muito maior que o jogador. Como já mencionei, ele sempre teve personalidade e tino pra decidir o melhor pra sua carreira.
Até as circunstâncias foram favoráveis. Romário surgiu pro futebol num momento de vacas magras no futebol brasileiro. Entre 1982 e 94 só nos restava admirar craques gringos como Maradona, Matthäus e Platini. Naquela seleção pragmática e sem brilho de Parreira, não foi muito difícil se sobressair. Depois do mundial, em 95, Romário resolveu ir para o Flamengo. E não saiu mais: do Brasil, do Rio, da praia, da banheira.
A partir da segunda metade da década passada, o Brasil voltou a produzir os melhores jogadores do mundo. Mas aí eles logo iam pra Europa. Assim, enquanto a gente babava de longe pelos Ronaldos, Romário, com pouca concorrência, ia fazendo seus golzinhos por aqui. E mesmo assim foi várias obsucrecido por craques como Edmundo, Robinho e Alex, ou de outros nem tão craques assim (Túlio).
A melhor fase de Romário por aqui foi em 2000, quando ajudou o Vasco a ser campeão brasileiro. Só que os cruzmaltinos tinham um timaço e que, repito, jogava para Romário.
Tá, no ano passado ele voltou a ser artilheiro do Brasileirão. Mas foi um campeonato atípico em termos de artilharia. Enquanto o baixinho fez 22 gols, Dimba, em 2004, e Washington, em 2005, fizeram mais de 30. Romário por pouco não ficou atrás de Robgol, que também já tem seus 30 e tantos anos e jogava no rebaixado Paysandu. Os 22 gols de Romário injustamente ofuscaram jogadores que, esses sim, tiveram uma temporada brilhante, como Petkovic, do Flu, ou Rafael Sóbis, do Inter.
Pra não dizer que existe uma conspiração cósmica a seu favor, contingências o tiraram das copas de 1990, 98 e 2002. Mas de repente isso pode até ter sido bom pra sua imagem. Vai que ele não joga nada..?
Vamos lá, tenho que confessar uma coisa. Eu tenho um problema pessoal com Romário. E nem é porque ele sempre mete gol no Botafogo. Não. É a marra, a pretensão, a arrogância desse camarada que não consigo engolir. Vou deixar o próprio Romário com a palavra, só pra vocês poderem ter uma idéia de quem estamos falando aqui:

"Deus é dez, Romário é 11."
"O-lê-lê, O-lá-lá, o Romário vem aí e o bicho vai pegar."
"Quando eu nasci papai do céu apontou pra mim e falou: esse é o cara!"
"Se eu tivesse jogado mais na Europa, teria sido o melhor do mundo pelo menos três vezes."
"Depois de Pelé eu não vi ninguém melhor que eu."

Por falar em Pelé, Romário deu pra se comparar com o Rei ultimamente. Só pra lembrar, Pelé era um camisa 10 e não um atacante de ofício como Romário. Sem falar que ele fez 1000 gols antes de completar 30 anos. E mais: ao contrário de sua majestade, Romário fez poucos gols bonitos. Nessas retrospectivas que andam fazendo dele, tome reprisar aquele gol contra o Corinthians, quando defendia o Flamengo, ou os que marcou contra o Uruguai pelas eliminatórias. É uma luta achar gol bonito de Romário pra mostrar.
O último time que Romário jogou antes de voltar ao Vasco foi o Fluminense. Nessa época ele protagonizou dois episódios que, além da imodéstia, resumem a pessoa que ele é. O primeiro foi um murro que ele deu em Andrei, um companheiro de equipe. Este, não querendo criar problemas com o "dono" do time, não revidou - um gesto que certamente lhe causou muita humilhação. E não é só em companheiro que Romário bate. Já trocou socos e pontapés contra adversários também. Sem falar na vergonha das vergonhas, um fato que muita gente faz questão de esquecer. Ainda jogando pelo Fluminense, durante um treino, um torcedor gritou da arquibancada alguma coisa que ele não gostou. Romário, frio como sempre, terminou o treinamento, foi para o vestiário, trocou de roupa, chamou dois seguranças e foi até à aqruibancada pra agredir o torcedor. Não foi no "calor do momento", uma resposta imediata. Foi uma surra premeditada e covarde, já que ele partiu pra cima do torcedor se confiando em dois brutamontes. Não demorou muito a diretoria do Fluminense cansou e dispensou o atacante. Sem ele, o Flu melhorou, foi campeão carioca, vice da Copa do Brasil...
Esse Romário ninguém faz questão de trazer à tona. A mídia festeja o Romário dos mil gols, das frases engraçadinhas. Citam-no como exemplo de garoto pobre que saiu da favela de Jacarezinho e conquistou o mundo. Quando muito, o acusam de marrento, malandro, boa vida. Não há dúvida que Romário é carismático, mas não se pode tolerar o seu mau-caratismo. Romário não deve ser espelho pra ninguém. Seu exemplo não é bom futebol, não é bom pro Brasil.

7 comentários:

Arthur Virgílio disse...

O Romário sempre vai estar envolvido em polêmica. Concordo com quase todos os argumentos que você argumentou, mas mesmo assim sou fã do baixinho.

Anônimo disse...

Beleza de texto, só lamento profudamente a não inclusão de Túlio Maravilha nos citados como craques.Salve o maravilha!!!

Bruno R disse...

Claro, Tulio ja superou Romário na artilharia tanto do carioca como do brasileiro. Este é um grande injustiçado.

Bruno R disse...

Ainda vai aparecer alguem me esculhambando e defendendo Romario, nao eh possivel...

Anônimo disse...

inveja do carai de romário só porque ele nunca quis vestir a merda da camisa do bostafogo.

pronto. agora não falta mais nada.

Anônimo disse...

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