Grêmio: campeão brasileiro 2008 sub-20

Tudo azul...

Manhã de sábado. Sol, céu e mar. Não poderia ser melhor.

Ontem teve Gre-Nal. Campeonato Brasileiro Sub-20. Semifinal. Quem ganhasse iria pegar o Sport de Recife na final, que já tinha batido, em outro clássico, o Náutico, nos pênaltis.

Deu Tricolor. Grêmio 2X1 Inter.

Hoje pela manhã, vejo a notícia que a FIFA revogou a suspensão à Federação Peruana. Ou seja, as chances de o Colorado participar da Libertadores 2009 foram para o beleléu. Assim como as do Flu e Fla.

Dia perfeito.

O último brilho da Estrela Solitária

É certeza: em 2009, o Botafogo será rebaixado. Sem recursos, o time da Estrela Solitária não tem como segurar seus bons jogadores. Túlio, Jorge Henrique, Diguinho, Wellington Paulista, Lúcio Flávio... E, muito provavelmente, não terá como contratar jogadores a altura destes que saem.

Este Botafogo, que ainda mantinha a cara de Cuca, vai ser sempre lembrado como o time que jogou o futebol bonito do primeiro turno de 2007. O carrossel da estrela solitária. Mas que, no entanto, não ganhou nenhum título.

Grande parcela de culpa é da diretoria, que nunca deu condições reais para que os técnicos do Botinha conseguisse algo. Vejam só: o Botafogo, durante este tempo, nunca teve um time reserva, jogando todos os campeonatos que disputava com um único time, o que, inevitavelmente, desgastava o grupo e o enfraquecia.

Em 2009, será a mesma coisa: um time reduzido. Só que agora sem o entrosamento e a qualidade dos jogadores que saíram. Só um milagre salvará o Botafogo.

Grande jogada... de marketing!

Ronaldo no Corinthians. Quem diria? A diretoria do Timão ousou e conseguiu atrair o fenômeno, tirando-o do Flamengo, que ficou a chorar pitangas.

Foi uma jogada de mestre. Pois não é o Corinthians que vai pagar integralmente o salário do fenômeno. Grande parte do pagamento (80%) sairá do apurado com a propaganda que , todos nós sabemos, Ronaldo é capaz de gerar. Agora, os patrocinadores pagarão mais caro pelos espaços das mangas da camisa e do calção. E, em qualquer produto vendido pelo Corinthians, usando o nome do fenômeno, será repassado 80% para o jogador.

É uma idéia de mestre, pois o Timão não tem como ter prejuízo. Só lucro. O problema é que toda essa vendagem avassaladora tem data certa para acabar: o dia em que Ronaldo jogar a primeira vez. E, acreditem, para o bem dos lucros, essa data será procrastinada ao máximo. Sim, pois no dia em que o fenômeno colocar as chuteiras em campo, todos saberão que ele não passa de um ex-jogador que hoje vive apenas dos grandes feitos da carreira.

A fantástica Copa Suruga

Um dia após o fim do Brasileirão, eis que acesso a Internet com a intenção de ler alguma coisa referente ao hexa do time paulista. Como se eu já não soubesse dos detalhes dos fatos, pois ontem vivi cada minuto do jogo. E, mesmo que estivesse acompanhado de algumas smirnoffs, não tive, em nenhum momento sequer, a impressão de que o Goiás pudesse evitar o hexa.

Pois bem, qual não foi minha surpresa ao me deparar com esta notícia. Como assim? O Internacional ainda sonha com a Libertadores? Sonha como? Mas que diabos está acontecendo? Já não basta para o Colorado disputar a incrível, a suprema, a inimaginável Copa Suruba, ops, Copa Suruga?

Deixe estar. Tudo ao tempo certo. Não é hora. Para mim, basta no momento saber que o Flamengo não vai à Libertadores, o Vasco foi rebaixado e o Inter, no ano do centenário, vai disputar apenas a mirabolante Copa Suruga.

2 em 1

Chegou a última rodada. O Grêmio ainda vivo. Antes, Imortal. Muito bafafá em torno do jogo entre Goiás e São Paulo. O Flu impediu o hexa do time paulista. Por enquanto. Pois, mesmo que não seja esse ano, será no que vem, ou em 2010...

O fato é que a eficiência do São Paulo é impressionante. Chega à decisão da grande maioria dos campeonatos que participa. Só há um time capaz de impedir o império paulista. E é um time do grande do Rio Sul. Mas não é o Grêmio. É o Inter.

Eu espero que os leitores tenham visto, ao menos, as finais da Copa Sul-Americana. E que tenham visto o show de futebol que o Colorado deu ali. Jogou demais. Imaginem esse time jogando tudo aquilo no Brasileirão. Não teria para ninguém. Só daria Inter.

Foi por isso que fiz esta projeção para o Colorado. Só que agora será com dois anos de atraso. E sem Iarley. Podem anotar aí: ano que vem o Inter é o campeão do Brasileirão. E o Botafogo será rebaixado.

“Defesa que ninguém passa, linha atacante de raça”

E o imponente Palmeiras não sabia o que vinha pela frente no gramado em que a luta o aguardava contra o Flamengo. Mas o jogo que desestabilizou o alviverde foi mesmo a derrota para o Grêmio em casa. Até a Mancha Verde deixou a coisa preta para o lado de Luxa. É, Diego Souza, o time do Palestra mostrou mais uma vez que não agüenta pressão. O fato é que o alviverde paulista corre sério risco de ficar de fora até mesmo da Libertadores. Foi mal, Belicota.


Pra não dizer que não falei de C

Lembram do Altético-GO? Aquele mesmo time que quase tira o Grêmio precocemente da Copa do Brasil este ano. Pois este mesmo Atlético-GO é o primeiro classificado para a Série B 2009.

E, quem diria, o Campinense-PB também! O rubro-negro paraibano prestes a conseguir o que o Treze-PB não alcançou em 2006. Estes são os dois mais importantes times de Campina Grande, principal cidade do interior paraibano. E, sabendo como é de a briga entre os torcedores campinenses, imagino as alfinetadas de ambos os lados no Fórum de Futebol Paraibano.

Já o Confiança-SE de Maurício Simões... Não há mais chances. A mídia sergipana andou metendo o pau nas bebedeiras promovidas pelo time depois das vitórias. Dizem que há até jogadores alcoólatras. Vai saber.

O Grêmio deixou o Palmeiras de 4º colocado. Mas de 4 mesmo foi a vitória do Internacional.

E as coisas se afunilam: Só 4 times irão para a Libertadores. E 4 serão rebaixados. E esses, mais do que os que lutam pela ponta, precisam de muita sorte. Um trevo de 4 folhas cairia bem.

E 4ª eu quero que o Vasco vá pro Diabo a 4.

A mão que afaga é a mesma que apedreja

A liderança foi conquistada com uma sonora goleada em cima do Figueirense. Era um gol para cada nota musical.

A mesma liderança foi perdida no jogo de volta, contra o mesmo Figueirense.

Ao Grêmio, só me resta citar uns “Versos Íntimos", de Augusto dos Anjos.


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

A federação paraibana mostra como se faz...

Um regulamento justo e com risco zero de manipulação.

Copa Paraíba, dois turnos, 5 times.

Devido ao número impar, em cada rodada um time folga.

Beleza. Aí o Nacional é campeão do primeiro turno e lidera o segundo. Se voltar a ganhar, é campeão, se perder, há um triangular com os campeões de cada turno mais um terceiro clube que tenha feito mais pontos ao longo do torneio.

Quis o destino(?) que o Naça folgasse na ultima rodada. Até aí tudo bem. Só que Sousa e Treze ainda têm chances de ultrapassá-lo. O Sousa pega a já eliminada Queimadense. O Treze, o já eliminado Botafogo.

O que seria natural? Que os dois jogos ocorressem no mesmo horário, ora pombas! E o que fez a FPF? Pôs o jogo do Sousa na quinta (deu empate) e o do Treze para hoje. às 16h.

Assim, o Galo da Borborema sabe exatamente quantos gols precisa fazer para ser campeão! Já o Sousa, torce pelo antes rival Treze para acabar entrando no triangular. Não é preciso ser muito desconfiado para imaginar que os dois clubes possam dividir a mala preta (aliás, o Botafogo, que já era ruim, ainda andou dispensando jogadores).

Na boa, fico muito puto com essas coisas. E o que é irritante é que não vi ninguém da imprensa local criticar esse absurdo.

Bem, mais tarde volto aqui pra contar como foi o jogo...

Em tempo: a Copa Paraíba vale uma vaga na Copa do Brasil e um premio de 125 mil reais.

Meia, meia, meia

6 Boca
Não, não é uma propaganda barata do blog de Bruno R (colaborador dA Pelada que faz questão de deixar um comentário “Cavalo Paraguaio” sempre que o Grêmio perde um jogo). É observação pertinente ao time reserva que o Internacional vai colocar em campo contra o São Paulo. Por que será? Por que será?

6 Luz
Como é que um país que pretende recepcionar uma Copa do Mundo pode deixar isso acontecer em seu mais importante campeonato de futebol? Em dois jogos faltaram energia. Em um deles, a partida nem chegou aos 17 minutos do segundo tempo. Francamente...

666
E o Grêmio, Eduardo? Agora o São Paulo chegou. Porcos, Raposas e Urubus estão na cola. Manter a liderança será realmente uma tarefa dos diabos.

Pintando o...

Só o São Paulo pode impedir o tri do Tricolor Gaúcho. Se é que pode. Pois na rodada passada, o Fluminense sapecou para cima do Palmeiras que, sem Diego Souza, o jogador nº 7, perdeu feio a chance de encostar no Grêmio. Aliás, por falar no 7 palmeirense...




Pagando com a língua a besteira que se fala – parte 2

"O Palmeiras agüenta pressão. Agora se o Grêmio agüenta ou não, eu não sei."
(Diego Souza, mercenário e jogador de futebol traidor da nação tricolor gaúcha)

E, para continuar com previsões:

“ Daqui a quatro rodadas o Grêmio será líder isolado com uns três ou quatro pontos à frente do segundo lugar, podem me cobrar.”
(Eduardo, o visionário, em 30/11/08)

Na verdade não faltam 7 rodadas. Com as derrotas de Palmeiras e Cruzeiro, o Grêmio pode até perder na próxima rodada que ainda continua líder. Então faltam 6. E, como enfrentará o Ipatinga na penúltima rodada, é vitória garantida. Então faltam 5. E na última rodada pega em casa o Altético-MG, que não deve lutar por mais nada. Outra vitória certa. Então são 4. E ainda tem um jogo, em casa, contra o Figueirense. Sabe quantos gols o Grêmio fez no jogo de ida?

Oito

Ontem, o Goiás, líder do 2º turno, tomou uma enfiada do Vasco. 4x2. E em casa. O time carioca era, até então, o lanterninha. Na rodada passada, o Grêmio perdeu para a Portuguesa, mas no Canindé. Ou sejam, jogos tidos como de resultados certos surpreenderam. Quem apostaria que o Sport empataria com o Náutico em plena Ilha do Retiro? Ou que o Figueirense, em casa, não passaria de um empate com o Ipatinga?

Essa 31ª rodada tem jogos que também podem surpreender: Ipatinga X Botafogo, Atlético-PR X Cruzeiro, Fluminense X Palmeiras...

Mas hoje já começam as definições para a ponta de cima da tabela, pois Grêmio, São Paulo e Flamengo colocam seus times em campo. Será que também serão surpreendidos pelos rivais?

Contagem Regressiva

Embora faltem apenas nove rodadas para o fim do campeonato, talvez o número que melhor ilustre essa rodada é o 40.

Paulo Schmitt e os 40 ladrões.

O que foi aquilo? Uma tentativa de desestabilizar o Grêmio? De impedir os treinos da semana? De desarticular a equipe? De afetar psicologicamente os jogadores?

Tribunal? Que tribunal o quê! Aquilo tá muito mais para circo.

Todo menino no Brasil já sonhou ser jogador de futebol. Nisso não fui diferente deles. Mas eu tinha uma preocupação, creio, peculiar: enquanto todo mirim procura ensaiar dribles, aperfeiçoar lançamentos ou cabecear de olho aberto, o que me angustiava era achar um apelido adequado para quando me tornasse jogador profissional. "Bruno Ricardo" não era nome de craque em 1990. Hoje, pode até ser. Aliás, muita coisa no futebol dos anos 2000 está diferente dàquele tempo.

Bem, até hoje não atinei com um bom apelido. Menos mal que, não sei se por desvio de foco ou não, jamais passei de um mero perna-de-pau.

Pagando com a língua a besteira que se fala

Grêmio 2 X 1 Botafogo.

“Botafogo é o melhor do Brasil. Melhor até mesmo que o Grêmio”.
(Ricochete ou Jorge Henrique, jogador nanico do Botafogo)

Contagem Regressiva: 10
Com essa, são dez rodadas para o fim do campeonato. E a coisa esquenta.
Os porcos voam alto, mas não ‘tá morto quem peleia!

Roth e a primavera

Definitivamente setembro não é um mês de felicidades para Celso Roth. Talvez sejam os astros; talvez, coincidência; talvez ele seja alérgico ao pólen das flores da primavera. Mas o fato é que, tanto em 2008 quanto em 2007, Roth passou o mês de setembro sem vitórias.

No ano passado, viu o Vasco chegar a setembro em 3º lugar (22º rodada) e terminar o mês em 9º, sem uma vitória sequer. Resultado: perdeu a zona da Libertadores.

Em 2008, viu o Grêmio (mais uma vez sem vitórias) abandonar a liderança do campeonato. E da pior forma possível: sofrendo goleada para o principal rival.

E em outubro?

Em 2007, ao final do mês de outubro, o Vasco só perdeu mais uma posição, fechando o mês em 10º. E, não sei se serve de alento para os gremistas, mas, ao final de outubro, o técnico já não era mais Celso Roth. Era Valdir Espinosa. Pelo menos esse tem uma história inesquecível e incontestável com o tricolor dos pampas.

Gre-Nal #373

Gre-Nal é sempre a mesma coisa, só que diferente: espetada de lá, espetada de cá, mistério de lá, mais mistério de cá...
Só que neste Gre-Nal está em jogo algo mais que os três pontos: a manutenção do time tricolor na ponta do Brasileirão.
E, como o time Colorado realmente vem em uma ascenção dentro do campeonato, arrisco a dizer que o Inter não ganha esse jogo. É aquela coisa: o favorito nunca leva. No máximo, sai empate.

Pós-jogo

Isso sim foi um Gre-Nal: expulsões, brigas, confusões e sangue! Só o placar é que não foi nada bom para o Grêmio.

Assim como assumiu a liderança, com 7x1 sobre o Figueira, deixa a liderança. Placar atípico, mas pra ficar na história.

E agora, Eduardo?

Gre-Nal pra inglês ver

Foi uma semana de especulações e comentários sobre o clássico inglês de maior rivalidade no momento: Chelsea X Manchester United. Um jogo tão falado que chega a se comparar, em rivalidade, com o Gre-Nal. Falou-se muito em revanche, por causa da Liga dos Campeões e do Campeonato Inglês 2007/2008, ambos arrebatados pelo time de Manchester. E ainda teve a guerra que a imprensa travou entre os técnicos Felipão, pelos azuis, e Alex Ferguson, pelos vermelhos.
E foi justamente os técnicos que fizeram a diferença. Ferguson surpreendeu em não escalar como titulares Cristiano Ronaldo e Tevez. E, assim, o homem que entrou para mudar a forma de jogo do Manchester, o sul-coreano Park, marcou ainda no primeiro tempo, colocando os colorados na frente e ameaçando uma invencibilidade de quatro anos e meio do Chelsea no Stamford Bridge.
Foi um jogo sofrido. Alguns gols perdidos, algumas jogadas mais pegadas. Até que, aos 25 minutos do segundo tempo, uma alteração de Felipão, o jogador Kalou, colocou a bola pros fundos da rede dos vermelhos, empatando a partida e salvando a invencibilidade do time londrino.
Pouco tempo depois, o árbitro acabou o jogo sem deixar que o Chelsea cobrasse uma falta perigosíssima, da entrada da área do Manchester. Ou seja, mais discussão. Para se comparar mesmo a um Gre-Nal, só faltou mesmo as brigas, as expulsões e o fogo na arquibancada.

E um belo dia a deusa dos ventos beija o pé do homem, o maltratado, o desprezado pé, e desse beijo nasce o ídolo do futebol. Nasce em berço de palha e barraco de lata e vem ao mundo abraçado a uma bola. Desde que aprende a andar, sabe jogar. Quando criança alegra os descampados e os baldios, joga e joga e joga nos ermos dos subúrbios até que a noite cai e ninguém mais consegue ver a bola, e quando jovem voa e faz voar nos estádios. Suas artes de malabarista convocam multidões, domingo após domingo, de vitória em vitória, de ovação em ovação.

A bola o procura, o reconhece, precisa dele. No peito de seu pé, ela descansa e se embala. Ele lhe dá brilho e a faz falar, e neste diálogo entre os dois, milhões de mudos conversam. Os Zé Ninguém, os condenados a serem para sempre ninguém, podem sentir-se alguém por um momento, por obra e graça desses passes devolvidos num toque, essas fintas que desenham zês na grama, esses golaços de calcanhar ou de bicicleta: quando ele joga, o time tem doze jogadores.

- Doze? Tem quinze, vinte!

A bola ri, radiante, no ar. Ele a amortece, a adormece, diz galanteios, dança com ela, e vendo essas coisas nunca vistas, seus adoradores sentem piedade por seus netos ainda não nascidos, que não estão vendo o que acontece.


Eduardo Galeano, Futebol ao sol e à sombra

A rodada que separou os homens dos meninos?

Não foram só Diego Souza e Marcel que fizeram gols decisivos na rodada. Adriano e Thiago Silvy também merecem ser lembrados pelos seus devidos tentos.

Um no sábado, outro no domingo. Dois artilheiros improváveis que ajudaram a tirar, respectivamente, Botafogo e Cruzeiro da briga pelo título.

Pelo menos para a crônica esportiva, ninguém mais pega Grêmio e Palmeiras.

E eu também acho. O Cruzeiro perdeu pontos para times de todos os escalões e não ganha já há algumas rodadas. A raposa está se reforçando, mas pode ser tarde. Já o alvinegro, apesar de se manter invicto há mais de um mês, tropeçou contra Vasco e Náutico, ambos com empates cedidos no finalzinho.

O que resta a ambos é manter seus postos. São Paulo, Flamengo e o surpreendente Coritiba de Thiago Silvy estão à espreita.

Assim, fica-se a sensação de que o G4 é o limite pro Botafogo. E ainda tem a Sul-Americana, subestimada por muitos, talvez pela maioria. Após o desastre contra o Náutico (esse recente algoz), logo apareceu quem botasse a culpa na decisão de escalar os titulares contra o Galo, na quarta.

O desgatse pode ter sido decisivo, sim. Mas seguir naquele torneio tem suas vantagens. Como o elenco ir se acostumando com o hostil futebol dos vizinhos, caso se confirme a vaga pra Liberta.

Sem falar que ser o primeiro brazuca a conquistar essa Série B da Libertadores seria a cereja do bolo, ainda mais pra uma torcida que tá entalada com o grito de "campeão" desde que o carrossel de Cuca fez dar gosto ver o time jogando.

Uma vaga no principal torneio do continente e a conquista do segundo maior seriam melhores que ganhar o Brasileiro?

Não, mas prêmio de consolação não deixa de ser prêmio.

Quer apostar?

O mundo do esporte vive um intricado romance com o mundo das apostas. E o futebol brasileiro não está muito distante de tudo isso. Um jornalista canadense chamado Declan Hill fez algumas investigações e escreveu um livro, ainda inédito, sobre o caso. Segundo ele, a partida entre Brasil e Gana, na Copa de 2006, sofreu influências dos apostadores para a definição do placar.

Na Bundesliga, Hill constata manipulações em duas partidas, na temporada 2004/2005. Nesta temporada, o imponderável time do ex-gremista Carlos Eduardo, o Hoffenheim, liderou até o fim da rodada passada, depois de ter subido da série B alemã, onde o mais imponderável ainda time da Carl Zeiss Jena (aquele mesmo da marca das lentes vario tessar) foi rebaixado.

No Brasil, o Grêmio, um time carente de estrelas, lidera desde a 14ª rodada. Você acha que tem algo de estranho nisso? Quer apostar?

Gre-Nal #372

Hoje, como disse Tite: “Meio RS vai dormir feliz e meio RS vai dormir triste”.
Até agora, só especulações: Nilmar tá fora, Nilma tá dentro. Alex tá fora, Alex tá dentro. O Grêmio vai com reservas, mas talvez use titulares. O Inter isso, o Grêmio aquilo...

É fato que o Inter, com apenas 30 pontos, é o 9º no Brasileirão. E tem um abismo à frente, pois o 8º já soma 36 pontos. Diferença maior que a do Palmeiras (2º) para o Grêmio (1º). E o Inter, como no ano passado, tem um plantel de estrelas. Sem dúvidas, o melhor do Brasil, depois das chegadas dos novos reforços: fortalecimento para 2009, ano do centenário colorado. O plano é se classificar para a Libertadores e ser novamente campeão. Então, por que o Inter ocupa uma vaga no meio da tabela?

Porque só mesmo os colorados para entregar um baita plantel desses nas mãos de um gremista. E Tite está fazendo bem o seu trabalho: mantendo o sonho do Inter aceso sem levantar suspeitas. No fim das contas, nem Libertadore, nem Brasileiro, nem nada. Agora, se precisar ganhar hoje do Tricolor para não gerar desconfianças, que ganhe. O importante é não perdermos as rédeas do inimigo, conduzindo-os para o precipício devagarzinho, como um sapo que, em uma panela cheia de água, sente a panela aquecer as pouquinhos mas, na esperança de tudo esfriar, não pula para fora e espera que dias melhores venham, sem perceber que a água já ficou quente demais e que tudo foi cozido.

E, só para não passar em branco...

Gre-Nal #371
O saldo foi mais uma vez Sorondo machucado!
É, Sorondo, só rindo...

Sobre futebol e outras coisas mais

E quando a gente se conforma de que somos um povo que fraqueja no momento final, recebemos um tapa na cara. O cavalo refuga na hora decisiva, a perna treme no instante final, a boca seca mais do que devia, quando não devia. O golpe vira contra-golpe. E a gente se entorpece antes do tempo.

Não é falta de vontade. Muito pelo contrário.

Então, a conquista escapa e, pior, a constatação é sempre a mesma, no fim: não tínhamos, não temos jamais adversários. Nossos limites nos estão dentro. Individual e coletivamente.

E aí, depois a gente esquece tudo isso com o tempo. Porque somos o país do improviso, do faz de qualquer jeito que no final pode dar certo. E, principalmente, porque estamos acima da média para essas coisas. E temos os nossos talentos individuais.

Até que acontece de novo, com novos ou antigos personagens.

Mas, valeu, valeu muito esse tapa. Enquanto houver uma Marta no mundo, ou um Vanderlei Cordeiro da vida, renovaremos nossos ares. Há muitos outros que também vão lá e dizem: “Sem alma, não se vive. Sem alma, não dá”.

E no final a gente diz: “Quem se importa com medalha?”.

Só o esporte mesmo para proporcionar tudo isso.

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BRASIL 0 x 3 ARGENTINA


Primeiro tempo

1 min - Inicia-se a partida.

5 min - Ronaldinho, como sempre, na seleção, balança o cabelo, empina a bunda e toca de lado.

10 min - Após chute perigoso, Messi, de maneira inétida, quase mexeu um músculo facial.

13 min - Ronaldinho se preocupa com as costas, constantemente atacadas pelo Garay.

27 min - A bola passa perigosamente perto de Diego, com sorte, ele não toca na bola.

35 min - ZZZZZZZZZZZZZ

40 min - Ronc, fiuuuuuu... Ronc, fiuuuu...

45 min - Termina o primeiro tempo.


Segundo tempo

4 min - Depois de sofrer uma falta mais dura, Gago inicia uma reclamação.

7 min - Gol da Argentina, Aguero.

12 min - Idem, Idem.

20 min - Dunga pergunta à Jorginho o placar do jogo.

25 min - Gago consegue finalizar sua reclamação iniciada a alguns minutos atrás.

30 min - Ibidem, Riquelme.

36 min - Dá pena de Pato, cisca, cisca, cisca e...

40 min - ... Alexandre parece conformado em ser um Pato de Bronze.

43 min - Jorginho tenta convencer Dunga de que Lucas e Thiago Neves foram expulsos e que não adianta mais dar orientações ao dois para marcarem Mascherano.

45 min - Encerrada a partida.

A terrível inconstância do batimento cardíaco de um torcedor que não queria ver tantos gols

Mais do que a confirmação da boa campanha do Grêmio, ou a ascensão do Botafogo, ou a derrocata do Flamengo, ou o feijão-com-arroz do Cruzeiro, fico impressionado mesmo é com o Vasco. Sim, ele mesmo. Tem alguma coisa de imponderável neste Vasco, algo insólito que desperta e adormece constantemente. É difícil ver um time aplicar e sofrer tantas goleadas em tão curto tempo.

Fico imaginando aquele torcedor vascaíno afoito: "Hoje é surra!!! Surra!!!", enquanto melancolicamente o outro diz baixinho, com a cabeça baixa, olhando para a cruz vermelha: "De quem, não se sabe...". O Vasco ganhou de 4 X 0 do Sport, 6 x 1 do Atlético mineiro e 4 x 0 no Internacional. E perdeu de 5 X 0 para o Vitória, 4 x 0 para o São Paulo, 5 x 2 para o Santos.

O Vasco é como aquele adolescente problemático que consome tudo de uma festa em alto êxtase e depois degringola pela depressão de quem está sem rumo na vida. Não, não, melhor pensando, o Vasco é como aqueles filmes de ação em que a ponte vai caindo e o personagem sai correndo sobre as tábuas já flutuantes. Ou talvez, no fundo, o Vasco é uma embarcação que vai afundando, afundando onde, aqui, acolá, alguns jogadores pegam no balde e jogam a água para fora. Essas comparações...

A primeira rodada do returno foi dos mandantes e dos estreantes. Mário Sérgio passou como um furacão por cima do Ipatinga em seu retorno ao CAP, enquanto Cuca, reintegrando Dodô, conquistou uma magra vitória sobre o Galo no Maracanã. Na atual situação, vitória magra, mesmo que contra um adversário fraco, é goleada pro Fluminense.

Tita não estreava no Vasco. Em seu primeiro jogo veio logo derrota por goleada no Barradão. A desconfiança foi tão grande que no jogo seguinte menos de mil pessoas foram a São Januário ver a vitória vascaína contra o Palmeiras, pela Sulamericana - e mesmo assim parte deles foram mais pra protestar.

É um dos menores públicos que já vi de um clube grande como o Vasco. Pra comparar, na comunidade do Botafogo houve várias reclamações porque só 10 mil pessoas foram ao Engenhão ver o Fogão ganhar novamente do Atlético Mineiro.

Cadê a motivação trazida pela saída de Eurico? Talvez a segunda vitória consecutiva, contra um adversário de respeito, traga ao vascaíno a esperança de que o clube pode ao menos evitar a tragédia-mor do rebaixamento, no ano do renascimento.

Já Tite também está prestes a estrear, mas no seguro-desemprego.

Mês de cães danados

Agosto, o mês de cães danados. Costuma ser implacável com os cavalos paraguaios e demais times sazonais.

O São Paulo perdeu para o Grêmio, no Sul. Nada de anormal. Mas a imprensa nacional já diz que o time paulista foi “eliminado” da disputa pelo título. Quer dizer que do São Paulo pra baixo ninguém tem mais chances de disputar o título?

Não dá pra fazer muitas previsões sem chover no molhado agora. A surpresa fica por conta do Botafogo no G-4. Mas duvido que o time consiga se manter ali até o final.


Caminhão de Japonês

No início do Campeonato Brasileiro, para argumentar que o Grêmio estava no páreo pelo título do torneio mesmo depois de ser desclassificado na Copa do Brasil e no Gauchão, o presidente do Tricolor Gaúcho afirmou que cada um dos times era um caminhão de japonês. Mas ele ainda não sabia que os japoneses gaúchos são mais japoneses que os outros.

Dá-lhe, Grêmio!

Absolutamente líder, o Tricolor Gaúcho massacrou o Galo em pleno Mineirão e, de quebra, arrebatou o título simbólico do primeiro turno. Láurea que é tão importante quanto a Taça Guanabara. Não vale bulhufas!

Mas não se pode contestar a solidez da máquina tricolor gaúcha: melhor rendimento do primeiro turno de todos os tempos em pontos corridos, melhor defesa, melhor ataque... Tenha medo! Soma-se a isso conquista da taça Belo Horizonte de Futebol Júnior, há cerca de uma semana, dessa vez em cima do Cruzeiro, na capital mineira. Em outras palavras, o Grêmio ainda tem cartas na manga no time de juniores que podem ser usadas, como Douglas Costa e Paraíba, autores dos gols no jogo final que deu o título ao Tricolor do Sul.

O fato é que deu tudo certo para o Grêmio nesse primeiro turno: contratações, erros de arbitragens, não houve lesões no time, desfalques nos adversários... Parece mesmo que o Tricolor dos Pampas foi abençoado pelos deuses.

Resta saber até quando.

Fim da 17ª rodada

E o Grêmio ainda é líder, com 35 pontos.

Em 2007, foi a rodada de desbancar o cavalo paraguaio: o São Paulo passou o Botafogo. Diz a lenda que, em campeonatos de pontos corridos, quem consegue virar o turno em primeiro, não é mais alcançado. Mas nesse ano isso pode mudar. O Grêmio vai disputar a Sul-Americana, e isso vai desgastar a equipe. São Paulo, Cruzeiro e Flamengo, que lutam pela ponta, não dividirão as atenções.

Mas, a grande surpresa fica ainda a cargo da “brincadeira” do Fluminense. A duas rodadas do fim do primeiro turno e ainda na zona de rebaixamento. Começo a não acreditar mais no santo do tricolor carioca.

O que é que os gaúchos têm?

O esquema do Grêmio (3-5-2) permite que os alas e os volantes se soltem muito. E como os volantes gremistas (Willian Magrão e Rafael Carioca) quase sempre sobem livre de marcação e de cara para o gol, as investidas gremistas são sempre perigosas. Até por que os volantes são muito habilidosos. Assim como os alas.

A diferença do Grêmio é essa: há muitos garotos da base jogando muito bem. A zaga, com Léo e Willian Thiego; as alas, com Anderson Pico, Hélder e Felipe Mattione; e a meia-cancha, com Willian Magrão e Rafael Carioca. Tudo mérito de Rodrigo Caetano, gerente de futebol do Imortal, que bateu o olho nos guris e sacou que vingaria.

O próximo jogo do Grêmio será contra o Vitória, de Vagner Mancini, que foi técnico do Tricolor no início do ano e foi dispensado sem perder um jogo sequer. A razão da dispensa de Mancini foi justamente não acreditar nas categorias de base. Ele devolveu Rafael Carioca para os juniores e quis emprestar Felipe Mattione para outro time. O tempo mostra que Mancici estava errado. Mas, mesmo assim, ele terá a chance de mostrar o que é que os baianos têm.

Fim da 15ª rodada

O líder Grêmio, com 29 pontos, tem um aproveitamento melhor (64.4%) do que o líder do ano passado (62.2%) ao fim da mesma rodada, o Botafogo, mais conhecido como Cavalo Paraguaio.

Mas, verdade seja dita, foi graças ao Botafogo que o Grêmio conseguiu se manter na liderança. O Glorioso segurou o Flamengo e só não ganhou por pouco, desenvolvendo, inclusive, um futebol mais eficiente que o do Rubro-Negro. O empate não foi justo.

Assim como não foi justo o empate entre Grêmio e Palmeiras. O Tricolor meteu duas bolas na trave e teve um volume de jogo bem maior que o do Verdão. Só o pulha do Neto, comentarista da Band, que não viu isso. Bairrista miserável! Só vê méritos no Corinthians e Palmeiras. O que não é justo.

Mas futebol não é justiça. E o melhor disso foi a vitória do Ipatinga sobre o Colorado.

Há um novo Líder

O Grêmio precisava ganhar para assumir a liderança. Um placar mínino de 1x0 já serviria. Mas o resultado foi algo que nem o mais otimista torcedor tricolor podia esperar: o Grêmio, agora líder, meteu sete a um no Figueira; e em pleno Orlando Scarpeli. É a maior goleada do campeonato até agora. E, além de se firmar na liderança, o Tricolor Gaúcho entrou na briga pela artilharia e pelo ataque mais positivo também. E olha que já tinha a defesa menos vazada!

Este não é o Grêmio. Pelo menos não como os gremistas esperam. Mas está dando certo. E o time vem crescendo, mostrando que tem reposição, mesmo quando os concorrentes já sentem as conseqüências do longo campeonato. Já dá pra ter certeza que esse ano o Grêmio não corre o perigo do rebaixamento e pode até mesmo lutar por uma vaga na Libertadores. Mas o mais importante é sempre estar na frente do Colorado. E do Botafogo.

Mais um Botafogo x Flamengo, mais uma decisão

O melhor ataque do campeonato só fez dois gols nos últimos três jogos. E mesmo assim graças às mãos de Diego Tardelli e Ronaldo Angelim. Dois gols e um ponto. E o Flamengo está prestes a entregar a liderança.

Marcinho está fazendo falta. Diego Tardelli, que até começou bem, não tem jogado nada; o iluminado Obina teve um blecaute e Souza é Souza.

A pergunta é: o Urubu vai cair de vez ou conseguirá reagir e lutar pelo título até o fim?

A resposta passa pelo Maracanã (domingo, 18h10) e pelos motivados homens de Ney Franco.

Há doze anos sem disputar uma Libertadores, o (time reserva do) Botafogo venceu na Suíça dois times que irão disputar a próxima Uefa Champions League: o campeão sérvio Partizan Belgrado e o terceiro colocado no português, Vitória de Guimarães. O placar foi o mesmo: 2 a 1.

Pra não me chamarem de parcial, tenho que dizer que o primeiro jogo o B-otafogo tomou 6 a 0 do Young Boys(?).

Saldo final: terceiro colocado no torneio de verão e 240 paus a mais no cofre.

Falando Francamente

Santos x Botafogo foi um dos jogos com mais gols feitos perdidos que eu já vi. Lima de um lado e Jorge Henrique pelo outro foram os principais responsáveis. Cuca deu um presente ao seu ex-clube deixando ninguém menos que Kleber Pereira no banco durante a primeira etapa. Os cariocas aproveitaram e foram pro intervalo ganhando de 2 a 0. Placar possível: 4 a 4.

Os jogadores do Botafogo, talvez inspirados pelo reencontro com o antigo comandante, apresentaram um toque de bola envolvente (claro que a horrível marcação santista ajudou bastante). De bola parada, outra marca daquele time de Cuca, Zé Carlos abriu o placar e logo em seguida Wellington Paulista faria um golaço, recebendo belo cruzamento de Thiaguinho.

Este teria sido o grande nome do confronto não fosse Kleber Pereira. Meia improvisado na lateral direita, Thiaguinho destruiu: foi praticamente perfeito tanto na marcação quanto no apoio. Os gols do Santos, ambos pelo lado direito da defesa do Botafogo, saíram depois que ele deixou o gramado, machucado.

Em seu lugar Ney Franco fez entrar o inútil Túlio Souza. Outra alteração questionável foi a entrada do atacante Vanderlei (igualmente ruim) no lugar do meia Zé Carlos. O técnico estreante queria que o time não recuasse, tocasse a bola no ataque, quem sabe fizesse mais um, "vejam, eu não sou covarde!"... Mas o que se viu foi os homens de frente isolados, já que os volantes estavam recuados, enquanto Lúcio Flávio e Túlio Souza, bem, até agora não sei onde eles estavam.

Eu credito essas alterações mal-sucedidas ao fato de ele não ter tido tempo de conhecer o elenco. Apesar do empate cedido, a primeira impressão de Ney Franco foi positiva. Ele foi corajoso, por exemplo, ao escalar Thiaguinho em vez do lateral de ofício Túlio Souza. E o garoto, por mim, já merece a vaga de titular, no lugar de Alessandro.

Quarta, contra o Ipatinga, Gil deve estrear e finalmente não dependeremos mais de Jorge Henrique. Já Vanderlei parece que está indo para o Brasiliense. Sei não, mas acho que a Série B pode esperar mais um pouco.

Comentários sobre a zona de rebaixamento

Todo mundo aposta no rebaixamento do Ipatinga. E parece provável. Depois que foi rebaixado no Campeonato Mineiro, não dá mais para apostar no time. Nem mesmo quando demonstra boas atuações, como foi contra o São Paulo e Cruzeiro.

Mas se há um time que começou pedindo para ser rebaixado, foi o Goiás. E há quem ainda não acredite na reabilitação do Esmeraldino. Porém, eu acho que esse ano o time fará uma bela campanha. Depois da contratação de Iarley e Romerito, dá pra esperar muita coisa. E ainda tem o experiente Paulo Baier no time. A vaga que alguns acham que deve ser do Goiás será do Náutico, Coritiba ou Vitória.

Mas a maior surpresa ficará a cargo do Botafogo, que está seguindo direitinho a receita para encarar a Série B ano que vem: troca constante de técnico, tem um plantel desgastado, improdutivo e que não rende o que poderia.

Sem mais delongas, indico aos amigos uma visita a esta página, que vem a ser uma espécie de diário de bordo de uma peregrinação pelo Brasil disfarçada de cobertura da Série C. O autor é o excelente José Roberto TORERO.

Gre-Nal #370 (pós-jogo)

A primeira contenda, que gerou apenas discretos comentários por parte da imprensa, é que o gol do Internacional foi irregular. Podem conferir aqui (vendo o vídeo) ou aqui (lendo o texto): Nilmar estava em posição de impedimento quando recebeu a bola.

A segunda contenda, esta mais sutil, e que eu não vi comentários em parte alguma da imprensa, é sobre a má anulação do gol de empate de Perea. Talvez por isso, com a consciência pesada, o mesmo auxiliar que anulou o gol avisou ao árbitro sobre a terceira contenda.

A terceira contenda é sobre o pênalti que originou o gol de empate do Grêmio. Há alguma dúvida que houve falta do goleiro Renan no lance? Pra mim é claríssimo. Não tem nada de “pênalti polêmico”. Polêmico só se foi pela forma como foi marcado, já que o árbitro não viu e foi avisado pelo auxiliar. Mas, ora bolas! Para que diabos o auxiliar está em campo, senão para AUXILIAR?

Moral da história: num clássico gaúcho no qual se falou a semana inteira que o único gaúcho em campo era o goleiro do Internacional, Renan, foi justamente ele que decretou o resultado do jogo.

Gre-Nal #370

Lembremos que o Grêmio tem a melhor defesa do campeonato e divide a ponta de cima da tabela com Flamengo e Cruzeiro; e o Inter, com Tite, ainda não se acertou. O Tricolor, indubitavelmente, entra como favorito. Não há como negar.

O Grêmio: a campanha é impressionante (não pra mim, que já a previa aqui). Não é um time guerreiro, mas é superior tecnicamente ao de 2007. Já não acho que as reposições são tão ruins. Há alguns bons jogadores no banco. E Roger surpreende, inclusive a mim, jogando muito.

O Inter: ao perder Iarley e Fernandão, perdeu também a melhor dupla de ataque do Brasil. Já não tem mais o melhor plantel do campeonato e vai ficar pior depois de agosto. Faz uma campanha pífia, abaixo do que poderia render. Decepciona mais uma vez, apesar da conquista regional.

Sabemos que Gre-Nal é Gre-Nal, e nenhum clássico tem favorito, mas desta vez tudo está a favor do Tricolor. Até o técnico do Colorado é Gremista!

A agonia do Flu

O estrago que a campanha da Libertadores vai deixar no Fluminense na tabela do Campeonato Brasileiro vai ser motivo de desculpas até o final do torneio. Na quarta rodada, o Flu já segurava a lanterna. E, depois de colocar o time titular em campo, levou mais uma bomba do Grêmio e não conseguiu passar pelo Santos em casa.

Sport e Corinthians, finalistas da Copa do Brasil, não afundaram tanto quanto o Flu. O Grêmio, que ano passado foi finalista da Libertadores e, no Brasileirão, só colocou o time titular em campo na 7ª rodada, nem chegou perto da zona de rebaixamento.

Para piorar a situação do Tricolor das Laranjeiras, as finais da Libertadores só serão disputadas no fim do mês, o que fragiliza o Flu no torneio nacional, já que os jogadores jogarão com receio de lesões e com o psicológico voltado para o jogo contra a LDU.

E, como diz a máxima: time que não ganha em casa, merece ser rebaixado.

Saiu a tabela da Sulamericana

Gre-Nal, Sao Paulo x Furacão, Vasco x Palmeiras e Galo x Botafogo são os confrontos brasileiros pela primeira fase dessa espécie de série B da Libertadores.

Nem parece que foi sorteio, mas uma escolha minuciosa da Conmebol pra fazer a Copa Nissan cair no gosto da galera.

Gre-Nal é Gre-Nal, dispensa comentários. O São Paulo e o rubro-negro paranaense decidiram a Libertadores três anos atrás. Já Vasco e Verdão fizeram uma final mítica da Mercosul, há alguns anos, em que o baixinho comandou uma virada histórica em pleno Parque Antártica.

O confronto entre alvinegros é em tese o mais insosso, mas os dois se enfrentaram nas duas ultimas edições da Copa do Brasil, com duas vitórias do Glorioso, e o Atlético quer ganhar alguma coisa no seu centenário de qualquer jeito.

Se a Sulamericana não pegar agora, não pega mais.


*A novidade é que acabou o cruzamento obrigatório com os argentinos na segunda fase. Botafogo ou Atlético, por exemplo, pegarão um venezuelano ou um colombiano.


**Quem quiser se arriscar no Castellano, pode saber mais aqui.

Não é a Série B que está fraca. É o Corinthians que tá forte.

Aliás, tem coisas que só acontecem mesmo no futebol brasileiro: o melhor time do país está na segunda divisão.

Hum... magoei

O Botafogo é o time mais regular do Brasil. Todo mundo sabe que mais cedo ou mais tarde sempre vai cair antes de conquistar alguma coisa. Fez-me ganhar R$ 300,00 na última quarta-feira.

Já Cuca, sempre com a mesma atitude de "magoei, quero brincar mais não". Time de bebês chorões. Bando de fanfarrões, como diria o Capitão Nascimento.

Projeções da dupla Gre-Nal para o Brasileirão 2008

Grêmio: é o Botafogo do ano passado, ou seja, o cavalo paraguaio. Tem um bom time (melhor do que muita gente imagina) e um banco razoável (pior do que se possa imaginar), mas as reposições não conseguirão fazer o time render como o titular, e, pelo meio do campeonato, vai entrar em declínio, muito embora deva começar devastador. Não é por menos, o Grêmio só perdeu dois jogos esse ano. Foram foram dois jogos de mata-mata, decisivos, que o eliminou dos dois campeonatos que disputava, mas o aproveitamento do time é muito bom. Assim, a forma que o Grêmio joga atualmente se encaixa melhor em campeonatos de pontos corridos, pois em mata-mata, amarela, como o Botafogo.

Internacional: com um ano de atraso (era pra ter sido ano passado) o Internacional vai mostrar por que tem um plantel de 3 milhões. Ninguém segura o Colorado esse ano. A taça é dele. Pode até ter começado com tropeços, mas com Nilmar no time (até que ele se quebre de novo) o Colorado não dará chances para os oponentes. E mesmo depois do meio do ano, quando Nilmar se for, Iarley não deixará o rendimento do time cair.

a.C./d.C.

Segundo o PVCData, antes de Cuca o Botafogo havia chegado uma vez às semifinais da Copa do Brasil, em treze participações. Quem não lembra do time de Gilson Nunes, Bebeto, Zé Carlos e Rofrigo Beckham, que perdeu a final pro Juventude em 1999?

Já o Botafogo de Cuca vai à segunda semifinal seguida.

Há aí outros fatores, claro, como a administração revolucionária de Bebeto de Freitas e o fato de os times que jogam a Libertadores não disputarem mais a CdB, nivelando por baixo a competição.

Porém é mais um dado que mostra que o Glorioso não é mais o cachorro morto de outrora.

A Pelada esteve lá e conta pra você!

A Pelada fez jus ao nome e foi conferir Auto Esporte x Desportiva Perilima, válido pela quarta rodada da segundona da Paraíba, no último sábado. Seis vezes campeão estadual, o tradicional alvirrubro pessoense esperava conquistar sua terceira vitória consecutiva. No entanto, esbarrando na valentia do adversáio e em sua própria deficiência, o Autinho do Amor conseguiu apenas evitar uma tragédia maior dentro de casa, com um gol nos acréscimos, empatando o duelo.

Do outro lado, a equipe de Campina Grande (inter?)nacionalmente conhecida pelo seu camisa 7: Pedro Ribeiro Lima (as silabas iniciais formam o nome do clube). Seu Pedro, como é conhecido, além de presidente (e também por isso) é, aos 60 anos, o jogador de futebol "profissional" mais velho do mundo. Segundo a Fifa, Seu Pedro também é o mais velho atleta a ter balançado as redes, feito obtido no ano passado, contra o Campinense. O gol, é claro, foi de pênalti.

Perilima também é o nome da empresa de Seu Pedro, uma fábrica de sordas (espécie de bolo doce muito conhecida por aqui). A base do elenco da A.D. Perilima é formada por proletários da Perilima S.A. É o verdadeiro clube-empresa.

Voltando ao jogo, Seu Pedro esteve em campo os 90 minutos. Deu alguns passes de primeira (por incrivel que pareça, alguns certos), cobrou faltas e laterais. A foto acima é do último lance do jogo. O Auto tinha acabado de empatar e a "Peri" tinha a chance da vitória, que seria épica. A imagem mostra Vinicius, camisa 11 tricolor, pedindo a Seu Pedro pra cobrar a falta. Mas o dono do time (e aqui "dono" não é força de expressão) foi teimoso e fez a cobrança. Ou melhor, recuou pro goleiro. Após o jogo, Seu Pedro reclamou da falta de otimismo de seus colegas-empregados com sua decisão de cobrar a falta. Ele se disse prejudicado pelas "energias negativas". A irritação de Seu Pedro pode ser vista neste vídeo, gravado quando o ídolo se preparava pra entrar no vestiário.

O jogo em si foi tecnicamente muito fraco. O clube da capital criou várias chances, perdidas parte pela ruindade dos atacantes, parte pelas boas defesas do arqueiro tricolor. Já a Perilima no máximo conseguia alguns chuveirinhos na área. No entanto, a falta de competência dos donos da casa foi punida num contra-ataque letal da equipe serrana, que culminou num belo toque por cobertura de Chacal, o sósia de Leandro Amaral. Chacal já ia deixar o gramado, cansado, e se não fosse o empate aos 47 da segunda etapa, seria o herói da segunda vitória do time na competição, o que alimentaria o sonho de voltar à elite - este ano apenas um clube sobe.


Confira classificação aqui e algumas fotos do jogo aqui.


A quem interessar possa, a Perilima ainda vai jogar duas vezes em João Pessoa: 25 de maio e 22 de junho. Ambas as partidas devem ser no Almeidão. É a chance de ver uma lenda em campo.

Relembrando as transmissões do campeonato carioca, nas noites de segunda-feira na "Faixa Nobre do Esporte", em meados dos anos 90.

As jornadas eram comandadas pelo narrador Januário "Crueeeeeeeeeeel!" de Oliveira, auxiliado pelo comentarista canhoto Gerson e o trepidante Addison Coutinho.


Canhota:

"O Joel tirou o Wallace pra pôr o Rogerinho pra jogar mais pelos lados, tá me entendendo? O time tá jogando muito pelo meio,tá certo?"

"O Flamengo tem 267 jogadores na defesa e 590 no meio campo. Como é que querem fazer gol? É brincadeira!"

"O Vasco coloca 285 jogadores na grande área e mesmo assim o Túlio subiu livre pra cabecear. É brincadeira!"

"Ô Márcio Costa, Ô Márcio Costa! Pára com isso, meu garotinho, pára com isso..."


Januário:

"Lá vai Perivaldo pela direita, passou por dois, que grande jogada, cruzoooooou... Bandeirantes, o canal do esporte."

"Lá vai Sávio, chutoooooooouu... lá na gávea."

"O que é que sóóó você viu, Addison?"

"Tá, Té, Ti, Tó, Túúúúlio Maravilha, o camisa 7 do Fogão!"

Botafogo não perdoa

O Fla não tem saído impune depois de vitórias sobre o rival alvinegro.

- Três dias após ter sido campeão carioca no ano passado, o Urubu vencia o Defensor-URU por 2 a 0 - e dava adeus à Libertadores.

- Três dias depois de derrotar o Fogão na final da última Taça Guanabara, o Mengão levava uma surra de 3 a 0 do Nacional, em Montevidéu.

- Ontem, três dias após comemorar o Bi, toma de 3 do América em pleno Maracanã.


Dizem as más línguas que o rubro-negro Ronaldo não reclamou, pois tomar de três seria com ele mesmo.

Renan
Alessandro
Renato Silva
Andre Luis
Zé Carlos
(Fábio)
Leandro Guerreiro
Túlio
(Edson)
Diguinho
(Adriano Felício)
Lucio Flavio
Jorge Henrique
Wellington Paullista


Bruno
Leo Moura
Fábio Luciano
Ronaldo Angelim
Juan
Jaílton
(Diego Tardelli)
Cristian
Ibson
(Obina)
Toró
Marcinho
(Kleberson)
Souza



Olhando essas escalações é óbvio que o Flamengo tem um elenco muito melhor. Principalmente quando se leva em consideração os suplentes. Cuca olha pro banco e vê Adriano Felício e Fábio (que ano passado era reserav do Gama); Joel, Kleberson, Diego Tardelli e Obina (que, diga o que disserem, tem estrela). Isso diz muito sobre o resultado de ontem.
Ter o melhor time não significa levar a melhor sempre, é claro. Botafogo e Flamengo se enfrentaram cinco vezes neste estadual, com duas vitórias alvinegras e três rubronegras - as decisivas. O Mengo, quando consegue jogar o seu melhor, é sem dúvida o melhor do Rio. E Joel sabe como ninguém fazer o time render o máximo quando precisa.
Os dois confrontos pela Taça Rio parecem ter servido como teste para o técnico aprender a bloquear as investidas do time de Cuca. O fato é que nesses dois jogos da final os aparentemente imarcáveis Wellington Paulista e Jorge Henrique pouco deram trabalho a Bruno. Tanto é verdade que o único gol sofrido pelo bicampeão carioca foi um frango.
O Botafogo também ajudou. O time caiu na armadilha de insistir nas jogadas ensaiadas. Os jogadores se limitavam a cavar faltas e tentar marcar com os chutes de Lucio Flavio e Zé Carlos ou nos cruzamentos. Joel não mentiu quando disse, no intervalo da decisão, que o adversário só sabia cair. E caiu.

Enquanto isso, em Sergipe...

Última rodada do quadrangular final, que decidirá o campeão sergipano de 2008. A primeira fase foi um passeio do Confiança sobre os demais times: somou 43 pontos enquanto o segundo, o Sergipe, só fez 31. Se não houvesse o quadrangular, o Sergipe já podia levar a taça.

A briga boa mesmo foi na disputa pelas duas últimas vagas do quadrangular: São Cristóvão, Itabaiana, Olímpico e América duelaram. O América ficou fora, não sem antes rebaixar o Pirambu em um jogo pra lá de brigado: foi até parar na delegacia, vejam vocês. O Boca Juniors também caiu e, ano que vem, vai ter novamente o clássico Boca Juniors X River Plate pela segundona do Campeonato Sergipano.

Rodada decisiva - Sergipe, com nove pontos, e Confiança, com 12, são os únicos que podem levar o caneco. E eles se enfrentam domingo. Para o Confiança, basta o empate. O Sergipe tem que ganhar por dois gols de diferença. A briga vai ser boa. Mas a tevê vacilou, e não mostrará o clássico. O jogo que vai ao ar é São Cristóvão e Itabaiana, que não lutam por mais nada.

Campeonato Alagoano 2008 – parte II

O ASA de Arapiraca, aquele mesmo que já desclassificou o Palmeiras em uma Copa do Brasil (2002), está avassalador: depois de virar em cima do Corinthians Alagoano (que também está jogando muito, basta ver a campanha da Copa do Brasil deste ano) e se sagrar campeão do 1º turno, chegou à final do segundo. E, se ganhar, não haverá nem final. A mesma coisa ocorreu no ano passado, quando o Coruripe arrebatou os dois turnos.

Mas esse ano as coisas, ao que parecem, não serão iguais, pois o surpreendente CSA goleou o ASA: 3 x 0. Surpreendente sim, pois muitas dúvidas pairavam sobre o CSA que Celso Teixeira montou, como foi dito aqui. Tudo indica que teremos uma final. E emocionante.

Coruripe – desandou depois da demissão do técnico Vanderlei Paiva, e decepcionou também na Copa do Brasil.

CRB – muito fraco, o time não mostrou para que veio e terá que se reforçar para disputar a Série B 2008; caso contrário, lutará para não cair.

Corinthians Alagoano – excelente campanha na Copa do Brasil, quase encaminhado para as quartas-de-final; desclassificou o Atlético-PR e pode tirar o Juventude-RS, mas foi surpreendido pelo ASA, que virou o placar e angariou o primeiro turno em pleno Nelson Feijó (casa do Corinthians).

Quando a gente acha que já viu de tudo no futebol...

Finazzi, conseguindo ficar mais feio ainda.

O campeonato paraibano de fato se tornou um estadual no segundo turno e não um intermunicipal. Explico: no primeiro turno, os quatro semifinalistas foram Sousa, da cidade de mesmo nome, e Treze, Campinense e Queimadense, todos da grande Campina Grande (pleonasmo?).

Agora, Treze, que conquistou o titulo do primeiro turno e já está na final do campeonato, e Queimadense, ficaram pelo caminho, dando lugar a Nacional de Patos e Botafogo, de João Pessoa. Sousa e Campinense terão a segunda e última chance de classificarem pra final.

Os confrontos são Nacional x Campinense e Botafogo x Sousa. Raposa e Dinossauro têm vantagem de dois resultados iguais e os jogos acontecem quarta e domingo.

Esporte de Patos e Queimadense só jogam pelo Paraibano no ano que vem. Pelo menos estão na primeirona, ao contrário de Desportiva Guarabira, Cruzeiro de Itaporanga e Atlético de Cajazeiras - vice-campeão em 2007, lanterna e rebaixado em 2008.

Republico aqui um texto que escrevi no outro blog por ocasião dos 40 anos de Roma Rio, e que demonstra toda a minha simpatia pelo mais bem-sucedido jogador de futevôlei de todos os tempos.


A imprensa esportiva, que sempre foi condescendente com Romário, está ainda mais derretida agora, pela passagem do seu aniversário de 40 anos, comemorado no último dia 29. Onde você ligar a TV, seja noticiário ou mesa-redonda, a rasgação de seda reina absoluta. Agora me deixem falar.
O atacante vascaíno está a caminho dos 1000 gols - isso pelas contas do próprio Romário, fato que os jornalistas nem sempre esclarecem. Ok, a quantidade de gols que ele marcou, de um jeito ou de outro, impressiona. Mas é bom fazer uma devassa na carreira dele pra contextualizar esse fenômeno.
1. Romário jogou a maior parte da carreira no Flamengo, no Fluminense e no Vasco, clubes que costumam enfrentar adversários ridículos pelo campeonato carioca e até pela Copa do Brasil. Queria ver se ele jogasse mais tempo na Europa ou mesmo no futebol paulista pra ver se ele faria tantos gols.
2. Esses times sempre jogaram em função de Romário. Isso significa que as coisas têm que ser do jeito que ele quer, que ele escolhe os parceiros ideais pra lhe passar bolas etc. Romário não é burro, ele sempre quis jogar em clubes em que podia mandar e desmandar.
3. Romário cobra pênaltis, o que aumenta bastante a quantidade de gols.
4. Romário joga profissionalmente há pelo menos 21 anos.
Calma, é claro que eu reconheço o que ele fez. Foi importantíssimo na conquista de 94 - daí a "ganhar sozinho a Copa" é um exagero e uma injustiça com Bebeto, Dunga, Taffarel, Branco...; foi e é um finalizador frio e competente, fez belas temporadas na Holanda e na Espanha etc. Mas o mito Romário é muito maior que o jogador. Como já mencionei, ele sempre teve personalidade e tino pra decidir o melhor pra sua carreira.
Até as circunstâncias foram favoráveis. Romário surgiu pro futebol num momento de vacas magras no futebol brasileiro. Entre 1982 e 94 só nos restava admirar craques gringos como Maradona, Matthäus e Platini. Naquela seleção pragmática e sem brilho de Parreira, não foi muito difícil se sobressair. Depois do mundial, em 95, Romário resolveu ir para o Flamengo. E não saiu mais: do Brasil, do Rio, da praia, da banheira.
A partir da segunda metade da década passada, o Brasil voltou a produzir os melhores jogadores do mundo. Mas aí eles logo iam pra Europa. Assim, enquanto a gente babava de longe pelos Ronaldos, Romário, com pouca concorrência, ia fazendo seus golzinhos por aqui. E mesmo assim foi várias obsucrecido por craques como Edmundo, Robinho e Alex, ou de outros nem tão craques assim (Túlio).
A melhor fase de Romário por aqui foi em 2000, quando ajudou o Vasco a ser campeão brasileiro. Só que os cruzmaltinos tinham um timaço e que, repito, jogava para Romário.
Tá, no ano passado ele voltou a ser artilheiro do Brasileirão. Mas foi um campeonato atípico em termos de artilharia. Enquanto o baixinho fez 22 gols, Dimba, em 2004, e Washington, em 2005, fizeram mais de 30. Romário por pouco não ficou atrás de Robgol, que também já tem seus 30 e tantos anos e jogava no rebaixado Paysandu. Os 22 gols de Romário injustamente ofuscaram jogadores que, esses sim, tiveram uma temporada brilhante, como Petkovic, do Flu, ou Rafael Sóbis, do Inter.
Pra não dizer que existe uma conspiração cósmica a seu favor, contingências o tiraram das copas de 1990, 98 e 2002. Mas de repente isso pode até ter sido bom pra sua imagem. Vai que ele não joga nada..?
Vamos lá, tenho que confessar uma coisa. Eu tenho um problema pessoal com Romário. E nem é porque ele sempre mete gol no Botafogo. Não. É a marra, a pretensão, a arrogância desse camarada que não consigo engolir. Vou deixar o próprio Romário com a palavra, só pra vocês poderem ter uma idéia de quem estamos falando aqui:

"Deus é dez, Romário é 11."
"O-lê-lê, O-lá-lá, o Romário vem aí e o bicho vai pegar."
"Quando eu nasci papai do céu apontou pra mim e falou: esse é o cara!"
"Se eu tivesse jogado mais na Europa, teria sido o melhor do mundo pelo menos três vezes."
"Depois de Pelé eu não vi ninguém melhor que eu."

Por falar em Pelé, Romário deu pra se comparar com o Rei ultimamente. Só pra lembrar, Pelé era um camisa 10 e não um atacante de ofício como Romário. Sem falar que ele fez 1000 gols antes de completar 30 anos. E mais: ao contrário de sua majestade, Romário fez poucos gols bonitos. Nessas retrospectivas que andam fazendo dele, tome reprisar aquele gol contra o Corinthians, quando defendia o Flamengo, ou os que marcou contra o Uruguai pelas eliminatórias. É uma luta achar gol bonito de Romário pra mostrar.
O último time que Romário jogou antes de voltar ao Vasco foi o Fluminense. Nessa época ele protagonizou dois episódios que, além da imodéstia, resumem a pessoa que ele é. O primeiro foi um murro que ele deu em Andrei, um companheiro de equipe. Este, não querendo criar problemas com o "dono" do time, não revidou - um gesto que certamente lhe causou muita humilhação. E não é só em companheiro que Romário bate. Já trocou socos e pontapés contra adversários também. Sem falar na vergonha das vergonhas, um fato que muita gente faz questão de esquecer. Ainda jogando pelo Fluminense, durante um treino, um torcedor gritou da arquibancada alguma coisa que ele não gostou. Romário, frio como sempre, terminou o treinamento, foi para o vestiário, trocou de roupa, chamou dois seguranças e foi até à aqruibancada pra agredir o torcedor. Não foi no "calor do momento", uma resposta imediata. Foi uma surra premeditada e covarde, já que ele partiu pra cima do torcedor se confiando em dois brutamontes. Não demorou muito a diretoria do Fluminense cansou e dispensou o atacante. Sem ele, o Flu melhorou, foi campeão carioca, vice da Copa do Brasil...
Esse Romário ninguém faz questão de trazer à tona. A mídia festeja o Romário dos mil gols, das frases engraçadinhas. Citam-no como exemplo de garoto pobre que saiu da favela de Jacarezinho e conquistou o mundo. Quando muito, o acusam de marrento, malandro, boa vida. Não há dúvida que Romário é carismático, mas não se pode tolerar o seu mau-caratismo. Romário não deve ser espelho pra ninguém. Seu exemplo não é bom futebol, não é bom pro Brasil.

Uh-oh...

Chilavert disse...

o Botafogo treme na base quando enfrenta o River, mesmo que seja um timecozinho do Piauí.

2 de Abril de 2008 22:15

Bruno R disse...

quarta a gente conversa, inclusive sobre o gremio.

3 de Abril de 2008 10:32

Ronaldo, o fenômeno

De simples firuleiro quando surgiu para o mundo do futebol, o lusitano Cristiano Ronaldo tornou-se um dos maiores artilheiros da Europa com nada menos que 36 gols na temporada. Mas o jogador está longe de ser apenas um goleador. Fazer gol até Afonso Alves faz. A realidade é que o açoreano tem uma conjugação de talentos impressionante: velocidade, grandes assistências, visão de jogo e sabe fazer gol de todo jeito.
Trata-se de um Denilson que deu certo. CR7 é hoje o que os mais otimistas esperam que Alexandre Pato seja um dia. Ronaldo caminha a passos firmes e malemolentes para ser o jogador da década.
Mas Ronaldo não é uma unanimidade. Desconfio de um certo recalque dos brasileiros por ele não ter nascido aqui. Com o que tá jogando, imagina a exposição que ele teria na mídia brasileira? O que os Netos da vida iriam botar o rapaz no céu eu não quero nem imaginar. Seria insuportável.
Mas o que tem dividido mesmo os que acompanham o mundo do futebol entre os pró e contra Cristiano Ronaldo são os malabarismos. Seus críticos dizem que ele devia ser mais objetivo e que as “palhaçadas” ofendem o adversário. O meia-atacante seria quase o culpado, portanto, pelas faltas violentas que recebe. "Futebol de verdade", para essas pessoas, seria um esporte praticado apenas por Cocitos, Sandros Goianos e Aloísios.
Mas há os que acham que futebol não é só objetividade e botinada. Os bailarinos do futebol atraem atenção e novos fãs para o esporte, em especial crianças, e dão um tempero às disputas. Quem não gosta de ver o drible da foca? Ou aquela jogadora da seleção brasileira que cobra laterais com cambalhotas?
Por fim, é ridículo não reconhecer a importância de C. Ronaldo para o seu time. Com ele em campo, o Manchester parece ter 14 jogadores. O time depende dele mais do que o Barcelona campeão da UCL 2005-06 dependia de Ronaldinho. Sem suas assistências, Rooney e Tevez teriam mais dificuldade para marcar e o Manchester iria sofrer para manter o status de favorito aos títulos inglês e europeu.

Resumo dos jogos de ida das Quartas-de-final da UCL

O fraquinho Schalke 04 perdeu em casa pro Barcelona, sem Ronaldinho e Messi, num jogo bastante chato.

Já Roma e Manchester foi bem mais movimentado, com as duas equipes sempre no ataque. O clube inglês, pra mim o melhor do mundo no momento, aproveitou melhor as oportunidades e deu no que deu. O time da capital italiana é bom, só deu o azar de enfrentar o próximo campeão inglês e europeu.

Agora há pouco, matei a vontade de saber como joga o Fenerbahçe, mais conhecido como "o time do Zico". A equipe, cheia de jogadores brasileiros (alguns naturalizados turcos) ou que aqui se destacaram, leia-se Lugano e Maldonado, foi totalmente dominada pelo Chelsea no primeiro tempo, que terminou 1 a 0, gol contra de Deivid. Na segunda etapa, Zico conseguiu fazer o time jogar, principalmente depois da entrada de Kazim Kazim(?!), que empatou a peleja. Depois Deivid se redimiria, com um gol sensacional. O ótimo resultado pro Fener foi garantido com as defesas de Demirel, em dia iluminado.

O Liverpool, após permitir que Adebayor subisse sozinho pra abrir o placar, conseguiu empatar logo em seguida, em ótima jogada de Gerhard concluída por Kuyt. O time visitante conseguiu segurar a pressão e dá toda pinta que vai se classificar em casa. Detalhe que os dois rivais se enfrentarão três vezes em seis dias. Sábado, é pelo inglês.

Mano Menezes conseguiu dar sua cara ao Corinthians. A falta de talento tem sido compensada com raça e com a boa fase de Dentinho. O Timão vai bem na Copa do Brasil e apesar da (injusta) derrota de ontem para o Peixe ainda está no páreo no Paulistão.

Agora, mas que belo Filho da Puta aquele Herrera, heinhô? Em uma disputa com Betão, o argentino, também conhecido como "Quase-gol", ficou de joelhos em cima das suas costas e ainda cutucou a retaguarda do zageiro com o bico da chuteira... E o horrível Salvio Espíndola só expulsou o santista.

Antes, o árbitro anulou gol legal do alvinegro e validou um ilegal de Kleber Pereira. Assim fica fácil "multiplicar os pontos".

Mas voltando a falar do Corinthians, acho que ele ainda vai dar trabalho no estadual, na Copa do Brasil e vai voltar à elite com um pé nas costas.

Considerações sobre o Campeonato Alagoano 2008

Em 2007, o Coruripe foi avassalador: ganhou turno e returno e nem deu chances para os outros times. Ainda assim, dois times mostraram um bom futebol no ano passado: ASA de Arapiraca e Corinthians Alagoano. Não por acaso, fizeram a final do primeiro turno de 2008.

O Corinthians vinha atropelando os outros times: desclassificou até o Atlético-PR, pela Copa do Brasil, em plena Arena da Baixada. Na primeira partida da final, em Arapiraca, meteu dois gols no adversário e podia até perder em casa no jogo de volta. Mas do outro lado estava o técnico mineiro Vanderlei Paiva (que voltou para o Coruripe este ano, após deixar o time e ir para O Brasiliense, ano passado, como escrevi aqui; mas, não obtendo bons resultados no Alagoano 2008, foi demitido do Coruripe e acabou no ASA). E Vanderlei Paiva fez a diferença: o ASA sagrou-se campeão goleando o Corinthians por 3x0, na casa do adversário. Pode ser que o Timão Alagoano tenha entrado de salto alto, mas uma virada dessas, ninguém esperava. A arbitragem do jogo foi do gaúcho Carlos Eugênio Simon, e foi muito elogiada pelos jornalistas esportivos.

CSA - uma boa surpresa foi o comando de Celso Teixeira, no primeiro turno. O time era uma incógnita, não fez pré-temporada e ninguém imaginava do que seria capaz. Mas, considerando o ano passado, quando quase foi rebaixado, deu a volta por cima e apresentou um bom futebol, chegando até as semi-finais, quando Celso foi demitido. No segundo turno, O CSA é o único time com 100% de aproveitamento. No próximo domingo, enfrenta o CRB, na cidade de Arapiraca. O jogo não será no estádio Rei Pelé, em Maceió, em função do estádio só ter sido liberado parcialmente.

Quem é o melhor?

Ranking dos clássicos:

Botafogo: 3 vitórias e 1 derrota
Flamengo: 2 vitórias e 2 derrotas
Flu: 1 vitória e 1 derrota
Vasco: 2 derrotas

O Fogão também lidera a classificação geral com 28 pontos, apenas um à frente dos três rivais.

Mas o que tenho visto é um Flamengo um pouco melhor que o Botafogo, e não apenas porque ganhou a Taça Guanabara (jogo que, aliás, o alvinegro foi melhor).

O Tricolor, digam o que disserem, na minha modesta opinião disputa com o clube da colina o posto de terceira força do Rio.

O Treze conquistou no último domingo o primeiro turno do campeonato paraibano, carimbando o passaporte tanto pra final do estadual como para disputar a Série C.
O Galo saiu vencedor mais pelo que o Dinossauro não jogou; melhor time do torneio, o clube sertanejo amarelou na decisão.

Mas o segundo turno já começou. E com uma revanche jurássica: em pleno Amigão, o Sousa virou um jogo que perdia de 2 a 0 e saiu de Campina com uma goleada de 4 a 2. Com novo comando (Pedrinho Albuquerque foi demitido após a derrota de domingo e já está treinando o Botafogo), o alvi-verde dá pinta de que vai repetir a boa campanha do primeiro turno, agora com Jorge Luiz, que no ano passado classificou o mesmo Sousa pra Copa do Brasil.

Demais resultados
A maioria dos clubes mudaram substancialmente seus elencos tentando melhor sorte no returno. O Botafogo perdeu pro Guarabira e o técnico Neto Maradona pagou o pato. Falando em pato, o Esporte ficou no 0 a 0 com o Atlético em Cajazeiras, e ambos enxergam a segundona no retrovisor. Em compensação, o Nacional quer mostrar que não é o atual campeão à toa e goleou o Cruzeiro de Itaporanga por 5 a 0. Em Campina Grande, o Campinense sofreu pra vencer a Queimadense por 2 a 1.


Indo um pouco mais pro Sul, Renato Gaúcho declarou após a vitória contra o Arsenal que queria evitar que o grupo repita o Botafogo do ano passado: joga bonito e não ganha nada. Foi ele fechar a boca e acontece aquilo com o Dodô; antes, Leandro Amaral foi impedido de jogar, e agora o técnico coça a cabeça pra escalar seu ataque.

Foram problemas como esses que minaram o alvinegro em 2007. Pra completar, a diretoria pó-de-arroz tem problemas com a justiça e o time não passou de um empate com o modesto Resende, quarta.

Assim como "o artilheiro dos gols bonitos", "Renight" está quebrando a cara.

Made in Paraguai

A peça que faltava para encaixar o meio-campo do Grêmio veio do Paraguai: Julio dos Santos.

No início do ano, o Tricolor Gaúcho não empolgava. O fim dos contratos de importantes jogadores, como Tcheco, Patrício, Sandro Goiano e Tuta, descaracterizaram o Grêmio. Os reforços para 2008 não mostravam resultados; muitos jogadores da base não rendiam o esperado. A única boa surpresa foi André Luís. E, para piorar, contrataram Roger (jogador com prazo de validade exíguo). Só a zaga era boa. Era. Até que perdemos Teco (lesionado), William (Corinthians) e Bustos (Inter). Nada inspirava solidez.

Até que vieram Victor, Celso Roth, Perea, e Soares. Parecia um time razoável. Mas faltava ainda um articulador destro no time. Sim, pois continuo duvidando da capacidade de Roger em se manter em um time. Agora não falta mais. Julio dos Santos chegou e deu cara de Grêmio ao Grêmio. É um time guerreiro, que marca bem e sai com muita qualidade, com Eduardo Costa e William Magrão. E pode atuar até com três volantes, com Adilson. Ou sem Roger, substituído por André Luís ou Peter (ex-Figueirense). Quando o time estiver bem engrenado, os atacantes Tadeu e Jonas poderão entrar e, mesmo não tendo a qualidade de Perea e Soares, terão mais chances de marcar.

O fato é que Pelaipe dessa vez montou um timão com o dinheiro das vendas de Lucas e Carlos Eduardo. Esse ano temos ataque de peso, embora ainda nos falte um bom lateral direito. Que venham as vítimas da Copa do Brasil!

O clássico que não quer ter fim

A final da Taça Guanabara não teria dado tanto o que falar se não fosse por um personagem: Souza. O dono da camisa 9 rubro-negra foi o responsável pela confusão que levou à sua expulsão e a de Zé Carlos, quando em vez de comemorar o gol de seu time, preferiu ir tomar a bola das mãos de Castillo. Já na quarta-feira, em jogo pela Libertadores, provocou os alvinegros com a comemoração "chororô".
Sem o carisma de Obina ou o talento de Diego Tardelli, autor do golaço do título, só restava a Souza criar esse tipo de polêmica para ser lembrado pela mídia e cair nas graças da torcida. Alguém tem dúvidas que ele conseguiu?

A provocação encontrou eco na irreverente massa rubro-negra, que parodiou uma música cantada pelos botafoguenses. E os alvinegros, por sua vez, não tardaram a revidar.

A letra original:

E ninguém cala
Esse nosso amor!
E é por isso
Que eu canto assim
É por ti Fogoooo!

A paródia:

E ninguém cala
Esse chororô!
Chora o presidente
Chora o time todo
Chora o torcedor!

A paródia da paródia:

E ninguém pára
Urubu ladrão!
Rouba o presidente
Assalta o torcedor
Juiz mete a mão!


O fato de as manchetes esportivas até agora darem espaço a um jogo ocorrido há cinco dias comprova o interesse pelo campeonato carioca, contrastando com um paulista capenga onde os grandes não têm tido vez.
Pra mim isso é reflexo de uma situação que tenho observado desde o ano passado: uma lenta porém constante recuperação dos times do Rio, que já não ficam devendo tanto assim aos paulistas. À parte o incontestável sucesso do São Paulo, o mau desempenho do Santos esse ano e o rebaixamento do Corinthians pra Série B dão força à minha tese.
Comparando: Em 2007 o São Paulo foi campeão brasileiro e o Santos, vice; em compensação, o Timão foi degolado. Já o Flu levou a Copa do Brasil e o Fla se classificou pra Libertadores. Ou seja, empate nas vagas.
E em 2008, não sei não, ou os paulistas tomam jeito ou vão tomar uma virada.

Lágrimas de CRÉUcodilo

Botafogo. Um time que, no ano passado, liderou boa parte do primeiro turno do Brasileirão e no final ficou apenas em 9º. Um time que tem fama de chorão. Há muito tempo venho chamando o Botafogo de cavalo paraguaio. E não é por menos. Mais uma vez o Glorioso morre na beira da praia. E pior: mais uma vez chora aos quatro cantos sua derrota. O Botafogo é um time de bebê chorões. Da comissão técnica (que deu seu “showzinho” de “pede pra sair”) ao goleiro.
É um time vergonhoso. Sempre que perde, alguém pede pra sair (da outra vez foi Cuca), e colocam a culpa sempre no árbitro. E choram esperneando. Alguém precisa avisar que os outros times não ficarão com peninha.

Copa do Brasil 2008

O Internacional não tomou nem conhecimento no Nacional de Patos. Meteu quatro gols e pronto. Nem jogo de volta vai ter.

Já o Coruripe de Alagoas, O Hulk, meteu 4 gols no Juventus de Vampeta, que já pisou em solo alagoano cantando vitória e dizendo que só existiria um jogo. Coisas de Vampeta. Se ele fosse jogador do Botafogo, estaria chorando agora.

Teria sido a tragédia tão trágica assim?

24 horas depois, eu poderia falar sobre muita coisa que rolou antes e depois desse que foi um dos melhores jogos que já vi. Sem medo de exagerar, não há nenhum clássico no mundo que tenha rendido confrontos tão épicos como têm sido os embates Botafogo x Flamengo. A ponto de o prazer de ver o espetáculo ter compensado a dor por mais essa derrota...
Poderia falar dos erros de arbitragem, das confusões, da superação do Botafogo, que quase segurou o Flamengo mesmo tendo perdido seus dois homens de criação, da renúncia (ou não) de Bebeto, do choro dos jogadores... Só pra listar, como vocês vêem, dá trabalho.
Pra não cansar o leitor, até porque eu não iria dizer nada que já não foi dito, prefiro me concentrar no que me realmente preocupa. O Botafogo superdimensionou demais essa derrota. O que foi perdido, sejamos objetivos, foi apenas o primeiro turno do campeonato carioca.
O time, mesmo com as constantes faltas marcadas contra, várias cavadas, por sinal, pouco sofria com a pressão do Flamengo (aliás, quem disse que o Botafogo recuou no segundo tempo ou não tinha o que falar ou não viu o jogo, já que as melhores chances criadas pelo Rubro-negro surgiram no primeiro tempo). O time de Cuca cozinhava o jogo em banho-maria do mesmo jeito como fizera contra o Flu, até acontecer o lance cabal do Pênalti, que houve, como também houve várias decisões discutíveis que prejudicaram o Botafogo, como o recuo para Bruno no início do jogo. Mas eu não quero falar de arbitragem.
Falar de arbitragem, aliás, é uma das coisas que têm prejudicado o Glorioso desde o ano passado. Se Ana Paula ajudou a classificar o Figueirense pra final da Copa do Brasil, Carlos Eugênio Simon ajudou o Botafogo ao não marcar um pênalti a favor do Atlético, nas quartas.
Os jogadores, a torcida, a comissão técnica e a diretoria precisam parar de chorar por causa de juiz ou porque não ganha do Flamengo. Bom o time mostrou que é. Só precisa deixar de ser seqüelado.
O maior adversário do Botafogo tem sido ele mesmo. Pra ganhar alguma coisa, é preciso aprender a perder.

Um urubu-rei pousou na minha sorte

Moral da história: quem nasce pra ser pangaré quadrúpede paraguaio, nunca será bípede alado comedor de carcaça.

Queimadense de volta à briga; Sousa sobra

O Carcará da Serra, depois de alguns tropeços, voltou a mostrar força e já está em terceiro no Paraibano.

Apenas o Sousa já está classificado pras semifinais do primeiro turno. Nada menos que sete times estão na briga pelas outras três vagas, sendo que quatro estão empatados com 11 pontos.

O Atlético é disparado a maior decepção do certame. Atual vice-campeão, amarga sete derrotas em sete jogos e até o presidente do clube já se afastou.

Resultados da antepenúltima rodada do primeiro turno:

Esporte 1 x 1 Desportiva
Botafogo 2 x 2 Cruzeiro
Treze 2 x 2 Nacional
Sousa 4 x 2 Campinense
Atlético 1 x 3 Queimadense

Classificação:

1 Sousa 17
2 Treze 13
3 Queimadense 11
4 Campinense 11
5 Nacional 11
6 Botafogo 11
7 Esporte 9
8 Desportiva 8
9 Cruzeiro 5
10 Atlético 0



Deu a louca nos estaduais?

No Carioca, que já chegou a ter quatro pequenos disputando semifinais de Taça Guanabara, neste ano não tem dado zebra. O mesmo não se pode dizer de São Paulo, como vocês bem sabem. No fim de semana só o Palmeiras ganhou, entre os grandes.

No paraense, o Remo perdeu duas em dois jogos; em Pernambuco, o Sport perdeu para o Serrano fora de casa para depois golear o mesmo adversário na Ilha por 8 a 0; no cearense, o Icasa de Juazeiro de Norte bateu o Fortaleza na final do primeiro turno, com as bençãos do Padre Cícero.

Enquanto isso, em Alagoas o Coruripe, vulgo "Hulk", que os leitores deste blog já viram ser citado várias vezes por aqui, dele nunca mais se ouviu falar... Será que é por que está na lanterna?

Botafogo, vindo de derrota e empate contra pequenos, versus Fluminense, 10 gols marcados nos ultimos dois jogos, goleada no Flamengo.
É claro que o Flu era favorito. Mas o Fogão, depois de vencer o Vasco e garantir vaga nas semis, havia poupado jogadores na reta final, o que justifica os maus resultados. Eu estava tranquilo, portanto. E tranqüila foi nossa vitória. O estrelado tricolor provou mais uma vez que favoritismo em clássico é roubada.

O escrete pó-de-arroz teve muito mais posse de bola, mas pouca objetividade. O contrário do alvinegro, que jogou só nos contra-ataques e ameaçou muito mais a meta de Fernando Henrique do que o adversário a de Castillo. Se quiserem imaginar como foi o jogo, pensem na decisão da última Copa América, quando o Brasil B de Dunga desbancou a poderosa Argentina.

A impressão é que este Botafogo reformulado é mais consistente do que o do ano passado. O time de 2007 não teria segurado com tanta tranqüilidade o 1 a 0 e ainda ampliado o placar no final. Não houve alteração no padrão de jogo nem com as saídas por contusão de Zé Carlos (primeiro tempo) e de Jorge Henrique (segundo). Ou tampouco quando passou a jogar com menos um, após Triguinho ser expulso estupidamente.

A marcação foi perfeita. O quarto-zagueiro argentino Ferrero e o volante Diguinho anularam, respectivamente, Washington e Thiago Neves. Aliás, o 10 das laranjeiras ficou tão descontrolado que sapecou uma cotovelada em seu marcador.
Assim como no confronto com o Vasco, Diguinho foi o melhor do time, a ponto de nós outros botafoguenses não sentirmos falta de Leandro Guerreiro. Túlio é outro que vive fase iluminada. Quando Guerreiro voltar de contusão, Cuca vai contar com três dos melhores volantes do futebol brasileiro fácil.

O Botafogo controlou o jogo o tempo todo. Foi uma luta que já estava ganha por pontos e, quando ninguém mais esperava, veio um nocaute no último round.

Sousa lidera paraibano

Finda a sexta rodada, o Dinossauro se isola na ponta com 13 pontos e é o único invicto.
Sem querer desmerecer o futebol que o Sousa vem jogando, um detalhe que chama atenção quanto à tabela: neste primeiro turno, o time enfrentou o Treze, o Botafogo, o Nacional e vai pegar o Campinense, sempre em casa. Enquanto os adversários menos perigosos ele joga fora.
O Sousa tem feito bem o dever de casa. São três vitórias no Marizão e uma fora, contra o lanterna Atlético. Ainda como visitante, ficou no empate contra o Guarabira e o Esporte.
Praticamente classificado para as semifinais do primeiro turno, é bom que eles aproveitem o momento. No segundo turno as coisas tendem a ser mais complicadas.
E por falar em dificuldade, o Dinossauro enfrenta o Vitória, nesta quarta, pela Copa do Brasil. Aposto minhas fichas que o Leão vai ter trabalho.

No Clássico dos Maiorais, o bom time do Campinense venceu o Treze com tranqüilidade.
Mesmo com a derrota o Galo manteve-se em segundo, seguido pelo rival.

Na quarta e quinta posições estão Botafogo e Nacional, o atual campeão, com 10 pontos.
Iguais, só na tabela. Enquanto o clube da capital era líder há uma semana, o Verdão estava em sétimo lugar. Agora o otimismo voltou a Patos enquanto no Botafogo já se fala em mudança de comando e a torcida grita por reforços.
O fato é que tanto o Belo quanto o Canário estão jogando um futebol medíocre, mais próximo de Queimadense e Esporte do que do trio de cima da tabela.

Na ponta de baixo, o Atlético, atual vice-campeão, se inspira na Perilima e tem seis derrotas em seis jogos.

Resultados da rodada

Desportiva 4 x 1 Cruzeiro
Botafogo 3 x 3 Queimadense
Treze 0 x 2 Campinense
Esporte 1 x 3 Nacional
Atlético 1 x 3 Sousa

Classificação

1 Sousa 14
2 Treze 12
3 Campinense 11
4 Nacional 10
5 Botafogo 10
6 Queimadense 8
7 Esporte 8
8 Desportiva 7
9 Cruzeiro 4
10 Atlético 0

Queimadense e Cruzeiro são estreantes na elite.
Este ano, caem três pra segundona e sobe apenas um.

Nem precisa de bola de cristal

Vejam bem a data e hora da publicação deste texto. É manhã de sábado. O Grêmio joga à tarde. É a estréia de Roger (aquele mesmo que foi do Flamengo, Corinthians...). E é um jogo cercado de muita expectativa. Mas nem precisa de bola de cristal para saber o que vai acontecer: Roger vai arrasar.

Deve dar 3 ou 4 passes lindos, talvez marcar um gol. Será titular absoluto por alguns jogos. Até que vai sumir. Sim, pois Roger é daqueles jogadores com prazo de validade; e curto. Será, sem dúvidas, a pior contratação do Grêmio nessa temporada, como foi Amoroso na temporada passada. E, se Deus não intervir e contundir Roger (como fez com Amoroso durante a Libertadores), o Tricolor gaúcho está fadado ao fracasso.

Esse ano o Grêmio já contratou 11 jogadores: um time inteiro. Outros tantos jogadores se foram. Nem de longe lembra o time do ano passado. Ainda é início de ano, mas o trabalho do técnico vem agradando. Contratou o goleiro Victor, que é muito bom; utilizou bem as categorias de base e armou um meio-campo bem ofensivo. Com a exceção de Reinaldo (mais uma decepção que veio do Botafogo), as contratações foram boas. O meia André Luis vem se revelando um ótimo articulador que chega para finalizar. É o melhor jogador do Tricolor neste ano. E Roger chega para tomar o lugar exatamente de quem?

Por isso enfatizo que esse texto foi publicado antes do jogo. Depois de algum tempo da estréia de Roger, todo mundo vai dizer: “Mas era lógico que ele não ia dar certo”. Parece que a única coisa boa que veio com Roger para o Grêmio é mesmo a Deborah Secco.

Nem tão redondinha assim

O futebol tem lá suas surpresas. Em 1972, um time fez a temporada perfeita: ganhou todos os jogos. Era o Miami Dolphins, e o esporte é futebol americano. Americano, mas ainda futebol.
25 anos depois, outro time teve a chance de se equiparar aos Dolphins: o New England Patriots. E ninguém duvidava que na terça-feira passada o Patriots venceira o Super Bowl XLII; as apostas eram de 7 pra 1 a favor dos Patriots. Todo mundo acreditava que Tom Brady, o quaterback dos Patriots (e também namorado da Gisele Bundchen) levaria o time à vitória. Não por acaso: os Patriots tiveram as melhores marcas da temporada e Brady foi mesmo o melhor quaterback.

Mas o que aconteceu na noite da terça-feira? O improvável: mesmo com os passes perfeitos de Brady, o New York Giants fez dois touchdowns aos 45 minutos do último tempo e virou o jogo. Incrível. Eu mesmo já dava como certa a vitória dos Patriots no jogo que, sozinho, arrecada mais do que toda uma Copa do Mundo de Futebol.
Coisas do futebol.