segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Roth e a primavera

Definitivamente setembro não é um mês de felicidades para Celso Roth. Talvez sejam os astros; talvez, coincidência; talvez ele seja alérgico ao pólen das flores da primavera. Mas o fato é que, tanto em 2008 quanto em 2007, Roth passou o mês de setembro sem vitórias.

No ano passado, viu o Vasco chegar a setembro em 3º lugar (22º rodada) e terminar o mês em 9º, sem uma vitória sequer. Resultado: perdeu a zona da Libertadores.

Em 2008, viu o Grêmio (mais uma vez sem vitórias) abandonar a liderança do campeonato. E da pior forma possível: sofrendo goleada para o principal rival.

E em outubro?

Em 2007, ao final do mês de outubro, o Vasco só perdeu mais uma posição, fechando o mês em 10º. E, não sei se serve de alento para os gremistas, mas, ao final de outubro, o técnico já não era mais Celso Roth. Era Valdir Espinosa. Pelo menos esse tem uma história inesquecível e incontestável com o tricolor dos pampas.

domingo, 28 de setembro de 2008

Gre-Nal #373

Gre-Nal é sempre a mesma coisa, só que diferente: espetada de lá, espetada de cá, mistério de lá, mais mistério de cá...
Só que neste Gre-Nal está em jogo algo mais que os três pontos: a manutenção do time tricolor na ponta do Brasileirão.
E, como o time Colorado realmente vem em uma ascenção dentro do campeonato, arrisco a dizer que o Inter não ganha esse jogo. É aquela coisa: o favorito nunca leva. No máximo, sai empate.

Pós-jogo

Isso sim foi um Gre-Nal: expulsões, brigas, confusões e sangue! Só o placar é que não foi nada bom para o Grêmio.

Assim como assumiu a liderança, com 7x1 sobre o Figueira, deixa a liderança. Placar atípico, mas pra ficar na história.

E agora, Eduardo?

domingo, 21 de setembro de 2008

Gre-Nal pra inglês ver

Foi uma semana de especulações e comentários sobre o clássico inglês de maior rivalidade no momento: Chelsea X Manchester United. Um jogo tão falado que chega a se comparar, em rivalidade, com o Gre-Nal. Falou-se muito em revanche, por causa da Liga dos Campeões e do Campeonato Inglês 2007/2008, ambos arrebatados pelo time de Manchester. E ainda teve a guerra que a imprensa travou entre os técnicos Felipão, pelos azuis, e Alex Ferguson, pelos vermelhos.
E foi justamente os técnicos que fizeram a diferença. Ferguson surpreendeu em não escalar como titulares Cristiano Ronaldo e Tevez. E, assim, o homem que entrou para mudar a forma de jogo do Manchester, o sul-coreano Park, marcou ainda no primeiro tempo, colocando os colorados na frente e ameaçando uma invencibilidade de quatro anos e meio do Chelsea no Stamford Bridge.
Foi um jogo sofrido. Alguns gols perdidos, algumas jogadas mais pegadas. Até que, aos 25 minutos do segundo tempo, uma alteração de Felipão, o jogador Kalou, colocou a bola pros fundos da rede dos vermelhos, empatando a partida e salvando a invencibilidade do time londrino.
Pouco tempo depois, o árbitro acabou o jogo sem deixar que o Chelsea cobrasse uma falta perigosíssima, da entrada da área do Manchester. Ou seja, mais discussão. Para se comparar mesmo a um Gre-Nal, só faltou mesmo as brigas, as expulsões e o fogo na arquibancada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

E um belo dia a deusa dos ventos beija o pé do homem, o maltratado, o desprezado pé, e desse beijo nasce o ídolo do futebol. Nasce em berço de palha e barraco de lata e vem ao mundo abraçado a uma bola. Desde que aprende a andar, sabe jogar. Quando criança alegra os descampados e os baldios, joga e joga e joga nos ermos dos subúrbios até que a noite cai e ninguém mais consegue ver a bola, e quando jovem voa e faz voar nos estádios. Suas artes de malabarista convocam multidões, domingo após domingo, de vitória em vitória, de ovação em ovação.

A bola o procura, o reconhece, precisa dele. No peito de seu pé, ela descansa e se embala. Ele lhe dá brilho e a faz falar, e neste diálogo entre os dois, milhões de mudos conversam. Os Zé Ninguém, os condenados a serem para sempre ninguém, podem sentir-se alguém por um momento, por obra e graça desses passes devolvidos num toque, essas fintas que desenham zês na grama, esses golaços de calcanhar ou de bicicleta: quando ele joga, o time tem doze jogadores.

- Doze? Tem quinze, vinte!

A bola ri, radiante, no ar. Ele a amortece, a adormece, diz galanteios, dança com ela, e vendo essas coisas nunca vistas, seus adoradores sentem piedade por seus netos ainda não nascidos, que não estão vendo o que acontece.


Eduardo Galeano, Futebol ao sol e à sombra

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A rodada que separou os homens dos meninos?

Não foram só Diego Souza e Marcel que fizeram gols decisivos na rodada. Adriano e Thiago Silvy também merecem ser lembrados pelos seus devidos tentos.

Um no sábado, outro no domingo. Dois artilheiros improváveis que ajudaram a tirar, respectivamente, Botafogo e Cruzeiro da briga pelo título.

Pelo menos para a crônica esportiva, ninguém mais pega Grêmio e Palmeiras.

E eu também acho. O Cruzeiro perdeu pontos para times de todos os escalões e não ganha já há algumas rodadas. A raposa está se reforçando, mas pode ser tarde. Já o alvinegro, apesar de se manter invicto há mais de um mês, tropeçou contra Vasco e Náutico, ambos com empates cedidos no finalzinho.

O que resta a ambos é manter seus postos. São Paulo, Flamengo e o surpreendente Coritiba de Thiago Silvy estão à espreita.

Assim, fica-se a sensação de que o G4 é o limite pro Botafogo. E ainda tem a Sul-Americana, subestimada por muitos, talvez pela maioria. Após o desastre contra o Náutico (esse recente algoz), logo apareceu quem botasse a culpa na decisão de escalar os titulares contra o Galo, na quarta.

O desgatse pode ter sido decisivo, sim. Mas seguir naquele torneio tem suas vantagens. Como o elenco ir se acostumando com o hostil futebol dos vizinhos, caso se confirme a vaga pra Liberta.

Sem falar que ser o primeiro brazuca a conquistar essa Série B da Libertadores seria a cereja do bolo, ainda mais pra uma torcida que tá entalada com o grito de "campeão" desde que o carrossel de Cuca fez dar gosto ver o time jogando.

Uma vaga no principal torneio do continente e a conquista do segundo maior seriam melhores que ganhar o Brasileiro?

Não, mas prêmio de consolação não deixa de ser prêmio.