domingo, 11 de janeiro de 2009

Acabou há pouco Manchester United x Chelsea, com vitória e banho dos Red Devils por 3 a 0. E ainda teve gol anulado de Cristiano Ronaldo, que começou a jogada do segundo gol com um belo passe de letra pra Evra, que cruzou para Rooney fuzilar Cech.

Do Old Trafford para o Morumbi. De 2009 para 1971. No intervalo do jogo mudei pra TV Cultura, que exibia o compacto da final do Paulistão daquele ano. Quem tem a oportunidade de ver uma partida ocorrida naquele tempo pode fazer uma comparação com o futebol que se joga hoje e derrubar alguns mitos, construídos por quem nunca assistiu a um jogo de décadas atrás, ou esqueceu como era, ou apenas se deixou cegar pelo saudosismo. Das três, uma.

Um desses mitos é que o jogo era lento. Não é verdade. É verdade que não havia tanto profissionalismo, que o preparo físico dos atletas era em geral inferior e que a grama era bem mais alta, mas com tudo isso eu vi um jogo movimentado e ágil. Nada de pegar a bola, botar as mãos nos quadris e ficar pensando no que vai fazer com a bola - imagem que alguns usam para defender que antigamente era mais fácil ser um craque etc.

Vendo aquelas imagens em preto e branco você entende porque certos jogadores ainda são lembrados 39 anos depois. De um lado, a tranquilidade e precisão de Ademir da Guia; do outro, um Rivelino endiabrado, imarcável.

Começa o segundo tempo e eu ponho de volta na ESPN. Felipão bota Belletti para tentar parar Ronaldo. Na primeira disputa, o brasileiro é driblado e tenta fazer a falta; o português, mesmo atingido na canela, consegue avançar. Só perde a bola quando o lateral dos Blues apela pra uma tesoura por trás, derrubando o atacante.

O craque é aquela figura em que logo se percebe um brilho diferente. E também é um fruto de seu tempo, ele se adequa ao perfil que o esporte tem em cada época, entende isso e vai além do que se espera dele.

Algumas coisas nunca mudam. Os craques sempre existiram e sempre vão existir enquanto futebol for jogado por gente de carne e osso.

3 comentários:

.ailton. disse...

O crack é devastador, alucinante, faz você ter sensações incríveis, e todo um time pode ficar dependente dele.

Anônimo disse...

Era mais lento, sim, devido ao preparo físico.

Bruno R disse...

preparo fisico e grama alta, como citei. mas havia jogos movimentados. hj, por outro lado, ta cheio de jogo truncado e horrivel de se ver.