O calendário do futebol brasileiro é uma bagunça. Todo mundo sabe disso, uns aceitam e outros não. Ainda continuo achando que há jogos desnecesários na maior parte do ano. Um estadual inchado, uma Copa do Brasil que poderia ser espalhada ao longo da temporada, menos times na Sul-americana, talvez até nenhum, e preservação das datas da Fifa.
A CBF não dá a mínima para as datas da Fifa. Desrepeita-as assim como desrespeita o torcedor, fazendo o Corinthians jogar, por exemplo, às 21hs, no sábado, para um pouco mais de seis mil pessoas e transmissão somente em Pay-Per-View. E ainda há no desprezo a data Fifa muitas outras questões lamentáveis, como tirar os melhores jogadores das fases finais da Copa do Brasil - André Santos, Kleber e Nilmar - e da Libertadores - Ramires e Victor. Embora seja outro debate.
O que parece é que, na bagunça, percebo que o Brasileiro é dividido não em dois turnos, mas em três fases. As dez primeiras rodadas são construídas pelos times que disputaram os estaduais e, para alguns, pelos times não titulares. A segunda fase, de julho até agosto, que se joga duas partidas por semana, é o momento mais agônico. Ironicamente é o momento quando mais se precisa de elenco ao mesmo tempo que está todo mundo pulando para fora pela janela europeia. E a terceira fase, frangalhos do que sobrou das outras duas, resta os milagres dos técnicos, reservas revelações e quem conseguiu ficar terminarem o campeonato.
Claro que o calendário não é só o vilão de tudo. Nem ele precisa ser pautado pelo da Europa, como muitos defendem. Aqui não há invernos rigorosos nem jogadores dispostos a enfrentar jogos entre Natal e Ano Novo. O que é preciso é nova organização das datas, inclusive respeitando a Fifa, focando um único objetivo: dar mais unidade aos campeonatos e não dividi-lo em mil fases fases. Tudo que o Brasileiro não precisa é de uma quarta fase: a das datas da Fifa.
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